RE: [Cyprinodontiformes] Convenção em França

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Domingo, 16 de Outubro de 2011 - 22:27:39 WEST


Caros colegas,

Foram aqui expressas algumas ideias muito interessantes por todos os participantes.
O Paulo Alves é muito provavelmente um dos que está mais perto da realidade quando
afirma que no nosso país « não vai haver nenhuma associação de vivíparos nos tempos
mais próximos », nomeadamente porque « não há condições mínimas para tal ».
Também é fácil de lhe dar a razão quando afirma que « os vivíparos em Portugal não
dão minimamente qualquer base real sustentável. O que não impediria que umas três
pessoas mesmo dedicadas montassem uma base algo precária mas visível ».
Também concordo quando afirma que « (...) uma associação a funcionar com todas as
características intrínsecas não é possível fazer, não há gente suficiente com
interesse no assunto ».
No entanto, há uma boa base de partida para um grupo coeso de pessoas liderarem o
processo de mudança das mentalidades.
Reconheço, entre outros, essa qualidade no Miguel Figueiredo, na Maria João, no João
Gomes, no José Bentes e até no próprio Paulo Alves, o que comigo já faz um
interessante número de meia dúzia de potenciais criadores de linhagens selvagens
organizados de forma informal mas eficaz ao longo dos últimos anos.
Para além de nós há mais um grupo de outros tantos com muita potencialidade e ainda
sobra outra meia dúzia de pessoas isoladas que vão mantendo até Goodeiídeos com
alguma persistência em Portugal.
Faço minhas as palavras do Miguel Figueiredo quando afirma que « divulgar vivíparos
não está directamente relacionado com associativismo. Divulgar vivíparos passa por
haver 5 ou 6 entusiastas que mantenham e reproduzam algumas espécies a longo prazo (
vários anos ) e que, regularmente, divulguem os excedentes, a quem lhes possa dar a
importância e os cuidados que merecem ».
Aqui está a pérola de todas as ideias!
De resto toda essa mensagem do Miguel Figueiredo está cheia de frases marcantes que
revelam exactamente aquilo que penso.
No entanto como resposta o Paulo Alves dá mais uma machada no nosso natural optimismo
quando responde a essas ideias expressas pelo Miguel Figueiredo.
Porém o próprio GWG é a prova viva de que o Paulo deveria ter em atenção algumas
mudanças recentes.
Mais uma vez este ano, a proposta de associativismo foi recusada por maioria absoluta
no seio daquele grupo internacional. Quase todos os membros envolvidos deram como
resposta inequívoca... estamos muito bem assim e " em equipa que ganha não se mexe ".
O modelo associativo tem porém as suas vantagens e desvantagens.
A associação nacional dedicada aos vivíparos em França teve que começar com os
Guppies, embora fosse constituída por um núcleo de criadores sérios dedicados
sobretudo às linhagens selvagens.
Aliás, a AFV vai muito na direcção do que a Liliana propõe de forma sublime, isto é,
tal como nos casamentos religiosos se ouve muitas vezes dizer... " não separe o Homem
aquilo que Deus uniu », ou seja, não sejamos nós a contrariar a própria natureza e a
separar em pequenos compartimentos estanques aquilo que os genes e a ciência nos
revelam não estar compartimentado em caixinhas calafetadas.
Dessa forma, correndo o risco de ser " excomungado " de vez da APK ( mas
diplomaticamente mantido como sócio enquanto pagar as quotas ), não me importo de
reactivar o assunto da formação de uma secção para Cyprinodontiformes vivíparos e
ovovivíparos, apresentando essa proposta por escrito à Direcção, a fim da mesma poder
vir a ser discutida na Assembleia-geral ordinária de sócios relativa ao ano 2012.
A forma menos ambiciosa era começar pelo argumento de se formar uma secção para
Goodeiídeos vivíparos, uma vez que os Goodeiídeos ovíparos ( ovulíparos ) já hoje
fazem parte do âmbito da APK. Mais tarde introduzir-se-iam os Poeciliídeos e os
Anableptídeos ovovivíparos, pois os que põe ovos também já são actualmente
considerados " Killies ".
A forma mais ambiciosa era " entrar a matar " e propor logo a inclusão de todos os
Cyprinodontiformes vivíparos e ovovivíparos, ressalvando talvez o facto de começarmos
pelas linhagens selvagens e só mais tarde se dar a devida atenção a outras, caso tudo
viesse a correr bem com esta experiência.
Para além da evidência científica comprovar que esta ideia não é de todo tão
descabida como os mais conservadores da APK possam querer, as vantagens seriam
mútuas, quer para a associação quer para os seus actuais e futuros sócios que também
se dedicam aos vivíparos e ovovivíparos.
Aliás, todos nós criadores de espécies menos comuns em Portugal somos igualmente
sócios da APK e esta poderia vir a ganhar ainda mais sócios e mais aficionados pelos
Killies " por contágio ".
Se o trabalho for bem organizado, não se daria aquilo que os actuais dirigentes mais
temem... uma invasão de criadores de formas domésticas de Poeciliídeos, com as
consequências que isso poderia vir a trazer em termos práticos, nomeadamente quando
se pensa numa convenção e no leilão da mesma.
Só queria que esses mesmos responsáveis tivessem estado presentes em Pont-l'Évêque e
sobretudo que aí tivessem assistido à qualidade científica e ao nível e ao interesse
das prelecções e ao leilão, onde de facto o Guppy ocupou quase metade dos aquários
disponíveis mas onde ninguém sentiu complexos para aceitar a presença de Killies (
Goodeiídeos e Poecilídeos depoistadores de ovos ). Aliás, muitos outros ( grandes
Aphyosemion, Rivulus, anuais Africanos e Sul-Americanos e outros géneros ) forma
trocados ou vendidos nos 3 dias do evento, sem que isso fosse causa de mal-estar.
Muito pelo contrários, pois muitos de nós agradecemos esse facto, incluindo dois dos
nossos inscritos nesta lista que assim receberam Killies que lhes trouxe de França.  
De qualquer forma o Paulo Alves volta a ter toda a razão quando refere que os meus
esforços desesperados, no passado, para convencer a APK a incluir Cyprinodontiformes
vivíparos e ovovivíparos no respectivo âmbito são incompreensíveis para os restantes
membros da Direcção ( e mesmo para muitos sócios ), os quais suspeitarão realmente da
minha sanidade mental.
Sendo uma ideia inútil logo à partida, apesar de ser cientificamente válida e
reforçada com os recentes exemplos da AFV, do GWG e de outros casos, há de facto a
noção honesta de que algumas das mais proeminentes associações especializadas em
Killies considerariam igualmente esta ideia absurda. Seria no entanto importante
relembrar apenas que tais posições " conservadoras " surgem em contextos sociais e
países muito diferentes do nosso, onde em primeiro lugar o associativismo
especializado nos vivíparos é tão forte e organizado quanto o dos Killies. Por outro
lado, a " massa crítica " ( para usar a terminologia do Paulo ) relacionada com os
vivíparos e ovovivíparos é da ordem das muitas centenas ( quiçá alguns milhares ) de
criadores sérios e motivos, mas sobretudo seria de realçar que o poder de compra ou a
possibilidade de aquisição dos peixes selvagens... não tem nada a ver com a nossa
realidade. No seio do GWG, por exemplo, há 3 expoentes máximos na manutenção e
criação de espécies de Gambusia ( com mais de metade das espécies existentes cada um
)... um Britânico, um Alemão e um  Francês. Quem diria!
Enfim, cada um tem o que merece :) 


Um abraço


Miguel Andrade 

________________________________________
De: cyprinodontiformes-bounces  viviparos.com
[mailto:cyprinodontiformes-bounces  viviparos.com] Em nome de liliana Cardoso
Enviada: quinta-feira, 13 de Outubro de 2011 12:35
Para: undisclosed-recipients:
Assunto: Re: [Cyprinodontiformes] Convenção em França

Olá a todos,
 
Pois foi exactamente isto que me passou pela cabeça mas tinha já em ideia falar com o
Paulo e o Miguel logo à noite:
 
(...) É pena mas é assim, os esforços desesperados do Miguel Andrade
para convencer a APK a ter viviparos são compreensiveis para mim (...)
 
Então acho e apoio que se deve voltar a insistir com a nossa APK, e acho que se deve
fazer uma proposta por escrito, com tudo muito bem explicado com os objectivos,
condições, pedido de "zona no forum", etc, etc (vocês sabem bem melhor do que eu) e
em cada Convenção conceder um espaço para estes meninos mas com um limite de 20 a 30
p.e.
 
bjs
Liliana


 
Em 13 de outubro de 2011 12:26, paulo jose da fonte alves <pjdfalves  megamail.pt>
escreveu:
Miguel Figueiredo

Sem associação estamos a falar de criadores individuais a criarem peixes, o
que sempre aconteceu. Podem comunicar-se com outros criadores que gostem do
mesmo grupo de peixes mas é tudo informal. Para mim chega e sobra. Como digo
cá não há massa critica para mais. Mesmo nos foruns o interesse é muito
limitado e 90% dele vai para os guppys. Para se ir para outro nivel é
inevitavel ter ligações ao estrangeiro, para lá dos Pirineus, não há
alternativa.É pena mas é assim, os esforços desesperados do Miguel Andrade
para convencer a APK a ter viviparos são compreensiveis para mim mas não para
o resto do Universo e muito menos para os restantes membros da APK e socios
que suspeitam da sanidade mental do proponente. Tem que se viajar até França
ou a outro pais para atingir um nivel que nos satisfaça, fiz isso muitas vezes
quando haviam 3 ou 4 killiofilos em Portugal.

Abraço
Paulo José

Abraço
Paulo José






> Divulgar viviparos não está diretametne relacionado com associativismo.
> Divulgar viviparos passa por haver 5 ou 6 entusiastas que mantenham e
> reproduzam algumas especies a longo prazo (vários anos) e que, regularmente,
> divulguem os excedentes, a quem lhes possa dar a importancia e os cuidados
> que merecem.
>
> Este tipo de divulgação é uma tarefa a 10 anos. Associativismo nesta área,
> neste instante, serve de pouco. É como... bom, é como tentar a agricultura
> biológica sem nunca antes ter semeado sequer umas batatas.
>
> O que é importante é que possa existir essa tal meia dúzia de VIPs e que
> consigam ir mantendo, reproduzindo d obtendo excedentes de algumas especies
> chave, a longo prazo.
>
> Os viviparos, por si só, são peixes ideais para aquário. Para conseguirmos
> ter um núcleo de entusiastas por estas espécies em Portugal, só
> precisariamos de assegurar logistica (peixes) e algumas entusiastas que os
> propaguem.
>
> Estou certo que nos próximos anos haveremos de conseguir essa base, de 5 ou
> 6 pessoas.
>
>
> Miguel
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> Cyprinodontiformes  viviparos.com
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Liliana Rio Cardoso 
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