Peixes

Miguel Andrade Cyprinodon 7zeVOSWJAFSSvkGAX1HIafkvO_LI2LSbxuw4qY9J0YVwVqDjQ_rfpMzbMfiCnNkov-QIeAWa7w_pQf8lnA.yahoo.invalid
Domingo, 24 de Junho de 2007 - 21:01:19 WEST


Olá a todos,

Desculpem-me esta ironia e falta de ética, mas começo a escrever aqui nesta lista sobre peixes vivíparos a propósito de uma Cyprinodontiforme ovulíparo.
Estive hoje quase acidentalmente no Centro Comercial " Loures Shoping " onde vi pela primeira vez peixes em quarentena numa loja e... Medaka Branca ( Oryzias latipes ) à venda ( por 1,47 € cada ).
Estavam no mesmo aquário dos Peixes Vermelhos da variedade olhos de telescópio preto ( Mouro Negro ) e eram vendidos ( e muito bem ) como " peixes de água fria ".
Mas a razão principal desta mensagem é outra.
Há cerca de 3 anos atrás, em Setembro, tinha atingido os limites da minha capacidade de espaço para conservar Gambusia puncticulata e Girardinus metallicus.
Não tendo ninguém que estivesse interessado em exemplares destas espécies ( nem mesmo as lojas ), resolvi sondar o responsável pelos jardins do Museu do Teatro ( os mesmos jardins do Museu do Traje que é logo ao lado ) a fim de me autorizar a fazer uma experiência.
Nessa altura reparei que havia pelo menos um dos lagos aí existentes sem peixes. Nesse em particular  abundavam larvas de mosquito e algas verdes nas paredes.
Mais depressa me arrependi de ter tido a ideia do que de ter sido tão formal, pois mais valia ter despejado logo lá os peixes e vir-me embora. 
Primeiro que conseguisse falar com o senhor Eng.º ( dito responsável pelos espaços verdes ), foi o cabo das tormentas.
Dada a urgência em dar destino aos peixes e depois de muitas insistências e outras tantas viagens, ( tendo mesmo usado o argumento de que eram peixes larvófagos e que o lago estava infestado de larvas ), uma funcionária muito simpática acabou por ter pena de mim e me autorizar a trazer no dia seguinte os animais, prometendo-me que se o Senhor Eng.º não atendesse mais uma vez ao meu pedido para me receber, que me ficava com eles para os entregar a um genro aquariofilista que possuía uns lagos também.
Apesar disso lá fui explicando o que era uma Gambúsia e os efeitos nefastos que poderia causar em aquários ditos comunitários ou em lagos com peixes lentos de barbatanas grandes, etc.
Hoje deu-se a coincidência dos pais de uma das colegas da turma da minha filha na escola, organizarem no Museu a festa de anos para a miudagem.
Como não tinha tido oportunidade de lá voltar nestes últimos anos, dei uma rápida vistoria a vários lagos do jardim.
No local visado para a " colonização " já não havia larvas de mosquito nem algas nas paredes. A água estava muito turva e a razão era um cardume de Carassius auratus, onde pontuavam alguns vermelhos no meio dos " bronzeados ".
Nenhuma das espécies " doadas " fazia parte da fauna local.
Só para terminar, mais alguns dados importantes.
A profundidade do lago é suficiente para os peixes se abrigarem dos efeitos das geadas de Inverno.
No ano anterior à minha proposta a temperatura da água ( conferida por mim já a pensar neste plano )  foi de 11,9ºC numa das semanas mais frias do ano, uma vez que, uma ( abençoada ) corrente de água a 15ºC alimentava o lago em causa.
Sabendo eu que ( por experiência própria ) o limite de sobrevivência se situa nestas duas espécies em 11,6ºC G. puncticulata ) e 12,4ºC ( G. metallicus ), era expectável que alguns exemplares tivessem sobrevivido com alguma sorte à custa da tal corrente de água e da profundidade se lá tivessem sido colocados.
Convém destacar que o senhor Eng.º agrónomo, responsável na altura pelos jardins, foi pelo menos sensível à questão das larvas de mosquito :D

Um abraço

Miguel Andrade 

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