[viviparos _portugal] Associação Portuguesa de Vivíparos

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Terça-Feira, 22 de Julho de 2008 - 10:16:20 WEST


Olá


As palavras do Miguel Andrade reflectem de facto a nossa realidade e sobretudo
as dificuldades em pôr em pé uma associação a sério de viviparos em Portugal.
O que não deve esmorecer os que a isso estão decididos, servirá sim para dar
uma visão da nossa realidade por quem a conhece bem e alertar para as
dificuldades.
Quer o Miguel Andrade, que tem um bom site de viviparos, quer o Miguel
Figueiredo e eu, que temos muita experiência de associações de aquariofilia,
assim como mais uns quatro outros criadores, temos entre nós já um bom numero
de especies interessantes de viviparos e estaremos atentos à evolução do vosso
projecto e eventualmente à cooperação em pontos especificos se tal nos for
solicitado. Como sabem temos já um grupo informal dedicado aos viviparos
iniciado pelo Miguel Figueiredo.
Espero que se concretize o rumor de que haverá da vossa parte a exposição de
viviparos na exposição de Anabantideos em Setembro. Desejo-vos o maior êxito.

Abraço
 Paulo José





> Estimados amigos,
>
> Transcrevo em seguida um tópico que lancei hoje no fórum de aquariofilia
> onde este assunto está a ser debatido com mais intensidade.
> Partilho convosco aquilo que é uma opinião pessoal e apenas isso.
>
> Um abraço
>
> Miguel
>
>
>
>
>
> A propósito do gentil contacto de que fui alvo para uma hipotética
> colaboração no processo da criação de uma Associação Portuguesa de
> Vivíparos, troquei na Sexta-feira passada via MSN algumas ideias com colegas
> interessados neste projecto.
> Sou totalmente favorável e entusiasta de um tal projecto, pelo que passei a
> prestar mais atenção ao assunto, tendo inclusivamente hoje regressado ao
> fórum de aquariofilia ( http://www.aquariofilia.net/forum/ ), após uma
> ausência de mais de uma ano.
> Reforçando o que tenho defendido ao longo dos últimos anos, e tendo em
> consideração o que hoje li, a discussão que está em curso enquadra-se
> perfeitamente naquilo que não deveria estar a acontecer.
> Não se compreende como é que com tantas contribuições de alto valor já
> existentes no próprio fórum e com um historial de 4 tentativas anteriores
> falhadas ( e não 3 ), a nossa memória colectiva é tão curta e se insistem
> nos mesmo erros do costume.
> A minha opinião sobre associativismo relacionado com Cyprinodontiformes
> vivíparos e ovovivíparos está expressa no meu sítio, para quem a quiser ler,
> em http://www.viviparos.com/clube.htm.
> O problema é que uma associação dos chamados peixes vivíparos não vive só de
> Cyprinodontiformes, embora os aficionados por raias de água doce com espinho
> ( família Potamotrygonidae ), por percas de água doce do extremo oriente (
> família Embiotocidae ) ou pelos peixes-agulha de água doce Asiáticos (
> família Hemirhamphidae ), ainda sejam mais raros no nosso país do que a meia
> dúzia de pessoas que mantêm estirpes selvagens ou populações com origem
> conhecida dos nossos amigos Poeciliídeos e Goodeiídeos.
> Reparem na quantidade de opiniões expressas por parte de pessoas com muitos
> anos de associativismo.
> Pelos vistos ninguém ligou importância até agora ao que o Miguel Figueiredo
> escreveu recentemente sobre o projecto APV.
> Alguém se deu ao trabalho de pesquisar sobre o assunto no próprio fórum ?
> Sinto pois a necessidade de repetir para quem me queira ouvir - O MODELO
> TRADICIONAL DE ASSOCIAÇÃO NÃO VAI FUNCIONAR COM OS VIVÍPAROS.
> Parem de uma vez por todas para pensar !
> Não queria chegar ao ponto de vos dizer que tenho há vários mandatos um
> cargo nos órgãos sociais de uma associação ligada a outro passatempo. Estou
> há muitos anos activamente empenhado no movimento associativo nacional e sou
> sócio de várias associações. Ajudei a criar de raiz um projecto no modelo
> tradicional e conheço profundamente a legislação aplicável ao associativismo
> no nosso país pois tenho várias obras jurídicas sobre o assunto.
> Em termos de aquariofilia, comecei por ser associado da Associação
> Portuguesa de Aquariofilia, há muito tempo extinta e uma das pioneiras (
> senão mesmo a primeira associação nacional dedicada à aquariofilia ).
> Mas não é pela minha experiência que vos quero convencer a mudarem de
> estratégia. Acho no entanto que se isto pesar no que vão ler a seguir, pelo
> menos sem falsas modéstias acredito que a minha experiência pode ajudar.
> Por tudo o que o já aqui foi escrito, incluindo a já referida opinião do
> Miguel Figueiredo, ( com a qual até nem concordo na plenitude ), deixo-vos
> os seguintes pontos para reflexão :
>
> a) À vista da dificuldade de organização no modelo tradicional, porque não
> se inicia um modelo electrónico, à imagem do que vai sendo cada vez mais
> corrente e frequente ?
> As vantagens são inúmeras, mas a principal, a meu ver, é o facto dos
> defensores do modelo tradicional poderem oficializá-lo mais facilmente
> depois, ao fim de algum tempo, com a diferença de já terem nessa altura tudo
> organizado, as pessoas mobilizadas e, sem dúvida, um capital humano e de
> realização suficientemente emancipado.
>
> b) É por demasiado evidente que em Portugal não existe consistência para uma
> associação de Guppies a sério e muito menos para uma de vivíparos.
> Porquê ?
> Porque nem num caso nem no outro, o número de pessoas que se dedicam quer às
> variedades exóticas de Guppy quer às espécies ditas " selvagens "
> sustentaria uma organização tradicional.
> A maioria dos intervenientes neste processo da APV, obedece ainda aos
> critérios do aquariofilista comum, isto é, têm apenas alguns exemplares das
> variedades exóticas de espécies existentes no mercado e muitas vezes até
> misturadas com outras ovulíparas em aquário dito " comunitário ". Ao
> contrário dos aficionados por Killies, Ciclídeos ou Anabantídeos, há poucos
> que sintam o apelo da especialização.
> Aposto que a maioria de vós até considera as espécies originais ( vulgo
> selvagens ) " transparentes " ou feias demais para se darem ao trabalho de
> as conhecerem melhor e descobrirem biologias interessantíssimas.
> Os chamados vivíparos são ( erradamente ) considerados « peixes de
> principiante » e negligenciados por essa razão para um plano inferior e
> ordinário da aquáriofilia.
> A única excepção são os mais convictos e empenhados criadores de Guppies
> exóticos ou os raríssimos possuidores de espécies que nem aparecem no
> mercado. Infelizmente, em ambos os casos, aqui em Portugal, não há quase
> nenhuns com condições ( dignas desse nome ) ou até de serem comparados com
> os muitos colegas que levam o assunto mais a sério em países como o Brasil (
> sobretudo no caso dos Guppies ), os Estados Unidos, o Japão ou a Europa
> Central.
> Conheço no entanto pelo menos um criador nacional de Raias de água doce com
> espinho, alguns de Peixes-agulha de água doce Asiáticos mas nenhum de Percas
> de água doce do extremo oriente ou de qualquer espécie de Anableptídeos.
>
> c) Quais serão os objectivos previstos para a APV ?
> Já pensaram nisso ?
> Se querem saber a minha opinião pessoal, os mais previsíveis já existem,
> mesmo sem estar formalizada nenhuma associação.
> Faço parte de um grupo de colegas que trocam informações, espécies raras e
> cumprem entre si quase todos os objectivos das associações existentes
> dedicadas a outras espécies.
> Uma das excepções mais óbvias é que não há uma publicação nem um evento
> anual ( exposição, congresso e leilão ).
> Eu tenho, por exemplo, a honra de conhecer pessoalmente a maior criadora de
> Endler ( Poecilia wingei ) do país, a qual tem inúmeras variedades genuínas
> ( e confirmadas por microscópio ), uma colecção ao nível das mais
> conceituadas de Europa.
> Precisou ela até hoje de uma organização nacional de vivíparos ?
> Foi nas lojas que ela adquiriu as suas matrizes ?
> Obviamente que não em ambos os casos.
> A APV tem que cativar um grupo extremamente variado de pessoas e harmonizar
> um tal volume de interesses diferentes, que nenhuma outra associação tem que
> enfrentar.
> O desafio começa logo nos objectivos.
> Mais uma vez... se seguirem o modelo tradicional...
>
> d) A organização em si.
> Como se pode ver por esta longa e improdutiva discussão sobre o assunto no
> fórum, está-se a cair em erros recorrentes e um deles é o da organização.
> O modelo tradicional, baseado em órgãos colectivos, assenta no pressuposto
> legal de pelo menos 9 elementos.
> Conhecendo eu profundamente o movimento associativo nacional, sei que
> caminhamos cada vez mais para uma tendência absurda em que alguns membros
> desses órgãos sociais são as pessoas que trabalham, que abdicam do seu tempo
> livre, familiar e social em prol da organização... enquanto a restante massa
> associativa espera apenas por colher os benefícios e ainda protesta se eles
> chegam tarde.
> Infelizmente é cada vez maior o número de sócios do tipo parasita ou
> apêndice, ou seja, o que paga quotas mas nem sequer se dá ao trabalho de
> usufruir das vantagens de ser associado e o pior deles todos... o que nem
> sequer paga quotas.
> Depois há as tradicionais lutas pelo poder, pelo prestígio e outras coisas
> muito Portuguesas, as quais estão infelizmente bem infiltradas na nossa
> mentalidade e maneira de ser.
> Nada melhor do que o modelo tradicional para estes malefícios terem um
> fértil terreno de cultura, particularmente num país rico no " bota abaixo ".
>
> Se as pessoas trabalharem de acordo com os modelos mais avançados de
> organização associativa, aproveitando-se dos meios de comunicação actuais,
> os quais facilitam a redução das distâncias e se não esquecerem o modelo
> democrático comum ao associativismo tradicional... penso que o projecto APV
> se poderia tornar sustentável pelo menos por algum tempo, apesar do que
> escrevi na alínea b)
> Pensem nisto e decidam o que decidirem eu estarei pronto a dar algum
> contributo de acordo com o que a minha disponibilidade me permitir... mesmo
> que insistam no modelo tradicional.
> A terminar duas considerações finais.
> Todas estas ideias podem ser desenvolvidas com mais profundidade. Não quis
> alongar ainda mais o meu depoimento de hoje, mas nada disto terá que ser
> inventado do nada a partir do zero.
> Em segundo lugar, peço-vos que tenham em consideração que parto hoje para
> férias e que não levo computador comigo. É muito natural que não possa
> continuar a dar o meu contributo ou comentar as vossas respostas, pelo menos
> durante a próxima semana.
>
>





           



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