[viviparos _portugal] Molly negra ( espécies )

paulo jose da fonte alves pjdfalves uWMYyBAdhk5YsouCFdQVkopxAuiUfOqVOl7i92YkYeQcO9HAmDlHxZ6rojx2KdlIX0eW2QaXbnUhIDq4.yahoo.invalid
Sábado, 26 de Janeiro de 2008 - 09:57:24 WET


Jovens

 A distribuição alargada da P. shenops que mencionas era de uma epoca em que o
guarda chuva "shenops" cobria tudo o que fosse remotamente parecido. Desde
então já varias especies do interior do guarda chuva foram descritas e outras
serão certamente. Aliás sempre achei quase impossivel que uma mesma especie
de agua doce existisse desde o Mexico à Colombia, os estudos feitos provaram
e continuarão a provar que tal não é verdade.
É provavel que continue a existir uma especie com a designação P. shenops mas
não existe nenhuma garantia absoluta que tal seja inevitavel. Suspeito que o
continuo retirar de fatias do bolo acabe por não deixar nada...A ver vamos.

Abraços
Paulo José




> Olá Paulo,
>
> Eu nem deveria estar a escrever esta mensagem hoje, mas isto está a
> tornar-se interessante e não pude resistir, embora esta pressa em intervir
> me vá custar cara.
> Penso que devo clarificar dois pontos em relação à tua resposta.
>
> 1) quando afirmas « a chamada P. shenops não corresponde exactamente nos
> nossos dias de hoje a nada »; eu discordo, pese embora de facto confirme que
> a tendência é para considerar-se a classificação de um grupo aparentado de
> espécies num " complexo " P. Sphenops, a verdade é que continuará sempre a
> existir uma delas classificada como tal.
> As restantes terão o seu lugar, apesar das ligações genéticas entre elas
> estarem ainda em fase de estudo.
> Penso que nesta questão há uma evidente opção por correntes científicas
> distintas. Tu tens tendência demarcada para reduzir o número de espécies,
> nomeadamente em simples populações; enquanto eu aceito, moderadamente, uma
> maior diversidade de espécies com base em critérios que, para ti, são
> insuficientes para as distinguirmos como independentes.
> Vejam-se as nossas divergências sobre o caso Poecilia wingei, por exemplo.
> Em resumo : nem tudo é de facto Poecilia sphenops mas, daí a afirmar-se que
> essa designação científica « não corresponde exactamente nos nossos dias de
> hoje a nada »... vai um grande passo.
> No resto, de facto concordo contigo.
>
> 2) a questão denominada « cariz Pacífico » começa por estar dependente de
> uma conclusão sobre o ponto anterior, isto é, saber-se o que realmente pode
> ser classificado com Poecilia sphenops ou não.
> De qualquer forma o que eu afirmei é que do complexo Poecilia sphenops fazem
> parte espécies, cuja distribuição geográfica é predominantemente nas bacias
> hidrográficas que vertem para o Pacífico.
> Ainda assim tive oportunidade de escrever no meu sítio que " não estamos
> propriamente em presença de uma espécie simples, mas sim daquilo que a
> ciência considera um complexo de espécies de dimensão ainda desconhecida,
> pelo que a sua distribuição geográfica é difícil de determinar com exactidão
> em virtude da própria classificação.
> De acordo com as fontes mais dignas de confiança, podemos encontrar
> populações selvagens de Poecilia sphenops numa vasta área, a qual vai desde
> o litoral do Oceano Pacífico do México e uma área da costa Atlântica,
> passando por uma parte considerável da América Central entre este país e o
> Panamá, assim como algumas regiões confinantes da América do Sul na parte
> Setentrional da Colômbia.
> Algumas fontes indicam ainda a extensão desta área até à Venezuela, contudo
> poderá ser resultado de alguma confusão com outras espécies que compõem o
> complexo, para além de populações introduzidas pelo homem em várias zonas
> daquele país em resultado da abundância desta espécie na aquariofilia ".
> Parte desta confusão, advém do facto de que há alguns anos atrás, quando
> esta era considerada uma espécie única e poli mórfica, em vários documentos
> científicos a sua distribuição geográfica ser ainda mais ampla do que o meu
> mapa de referência na ficha dedicada a este peixe.
>
> Tenho dito e ( penso que ) esclarecido.
>
> Um abraço
>
> Miguel
>
>
>
>
>
> -----Mensagem original-----
> De: viviparos_portugal  yahoogroups.com
> [mailto:viviparos_portugal  yahoogroups.com] Em nome de paulo jose da fonte
> alves
> Enviada: sexta-feira, 25 de Janeiro de 2008 11:43
> Para: viviparos_portugal  yahoogroups.com
> Assunto: RE: [viviparos_portugal] Molly negra ( espécies )
>
> Miguel
>
> Pela tua resposta chega-se à conclusão que afinal concordas comigo pois que
> em  nada me contradizes.
> A p. shenops de cariz Pacifico!? Em nnhum lado vi tal assuupção. O Michi
> tobler apanhou-a no yucatão, portanto de bacia Atlãntica.
>
> Abraços
> Paulo José
>
>
>
>
>
>
>> Olá de novo,
>>
>> Eu não partilho totalmente da opinião do Paulo, ainda que no global
>> ela se possa enquadrar naquilo que tenho lido.
>> A única subespécie que conheço é Poecilia  ( Mollinesia ) sphenops
>> cuneata Poeser, 1992.
>> Deves porém ter em consideração que, tal com escrevi no meu sítio, com
>> base em questões morfológicas e apoiados nas técnicas genéticas mais
>> avançadas, a ciência tem vido a reformular a classificação desta
>> espécie, inicialmente classificada como poli mórfica, mas mais
>> recentemente apresentada como um complexo de espécies aparentadas.
>> Actualmente distinguem-se de facto várias espécies independentes
>> dentro do complexo Poecilia sphenops com base numa perspectiva mais
>> profunda que inclui elaborados modelos genéticos que nos permitem
>> mesmo compreender a evolução e o parentesco destas espécies.
>> Um dos resultados mais interessantes foi mesmo a diferenciação de
>> algumas populações localizadas de sphenops. Neste caso em particular
>> encontra-se a população do rio Balsas, no México, referida por vários
>> autores como uma das mais divergentes.
>> A composição deste complexo de espécies pode variar ligeiramente mas
>> vulgarmente são consideradas as seguintes espécies :
>>
>> Poecilia butleri
>> Poecilia chica
>> Poecilia gracilis
>> Poecilia gilli
>> Poecilia mexicana
>> Poecilia orri
>> Poecilia sphenops
>> Poecilia vandepolii
>>
>> No caso da espécie Poecilia mexicana existem inúmeras fontes mais
>> recentes que a classificam por sua vez como um complexo independente.
>>
>> Dessa forma podemos ainda reconstituir a listagem relativa ao complexo
>> Poecilia sphenops anterior da seguinte forma com os seus dois “ ramais “ :
>>
>>
>> Costa do Pacífico ( complexo Poecilia sphenops ) Poecilia butleri
>> Poecilia chica Poecilia mayalandi Poecilia sphenops
>>
>> Consta do Atlântico ( complexo Poecilia mexicana ) Poecilia
>> catemaconis Poecilia formosa Poecilia gilli Poecilia latipuncatata
>> Poecilia mexicana limantouri Poecilia orri Poecilia suphuraria
>> Poecilia teresae
>>
>> Independentemente da maior ou menor actualidade deste ou daquele
>> modelo, o que interessa compreender é a complexidade das relações
>> evolutivas e o parentesco destas espécies.
>> Ainda dentro da mesma espécie, ao visionarmos algumas imagens de
>> espécimes selvagens da Molinésia Mexicana, rapidamente chegamos à
>> conclusão que de facto há uma considerável variação de caracteres entre
> algumas populações.
>> Em seguida responderei á outra parte da mensagem.
>>
>> Um abraço
>>
>> Miguel
>>
>>
>> ________________________________
>>
>> De: viviparos_portugal  yahoogroups.com
>> [mailto:viviparos_portugal  yahoogroups.com] Em nome de Miguel
>> Figueiredo
>> Enviada: quarta-feira, 23 de Janeiro de 2008 11:03
>> Para: viviparos_portugal  yahoogroups.com
>> Assunto: Re: [viviparos_portugal] Molly negra
>>
>>
>> Ora bolas, então a shenops não corresponde a nada.
>>
>> Cada vez mais me convenço que, para mantermos estirpes em condições,
>> temos mesmo que conhecer o historial dos peixes, desde o local de colecta.
>>
>> O espaço é limitado, o tempo disponivel também.. compensa, portanto,
>> escolhermos muito bem os hóspedes.
>>
>> Eu, por mim, nas estirpes em que apostar, faço questão de as manter a
>> longo prazo (mais de 10 anos).
>>
>> Para mim, uma estirpe é tão mais importante quanto o tempo em que a
>> mantenho. Acho que se torna da familia.
>>
>> Daí que, com os viviparos, o que estou a fazer é dar-lhes dois anos,
>> este periodo é geralmente suficiente para obter novas gerações e
>> assegurar a continuidade da espécie. Se for uma uma estirpe realmente
>> interessante, com uma boa vitalidade, robusta e sem aspectos que
>> indiciem problemas genéticos (como nascerem peixes deformados) então
>> aí sim, os peixes tornam-se "da familia" e parto para uma manutenção a
>> longo prazo. Senão desfaço-me da espécie e passo à próxima.
>>
>> A única espécie de viviparos que mantenho e que já é "da familia" são
>> os Phallocerus. Mantenho-os à cerca de quatro anos. É uma estirpe de
>> uma extraordinária vitalidade, nunca me nasceu um único peixe
>> deformado e, no verão, têm conseguido o incrivel feito de se
>> reproduzirem no lago cheio de Paratilapias, embora em pequenos
>> numeros. Dos seis ou sete peixes que lá coloco na primavera, retiro
>> depois uns 12, quase todos fêmeas, aparentemente os machos são comidos
> mais facilmente.
>>
>> Entretanto, estou a gostar bastante dos espadas que tenho, como o
>> mayae, o alvaresi ou mesmo o birchamnni mas ainda é muito cedo para
>> descobrir se estas estirpes têm boa vitalidade. Provavelmente só este
>> verão os vou começar a reproduzir bem, em recipentes no quintal.
>>
>>
>> Miguel
>>
>> On 1/23/08, paulo jose da fonte alves <pjdfalves  CHOHYt6XPVdmD6w0ETIvLwUNfZitC8Qva9j5pzD7wSC9U2lWW4IKBvQG9pxgHn53qTtl-tOyK9YNU7nLQU4.yahoo.invalid > wrote:
>>
>> 	Olá
>>
>> 	Alem de serem hibridos a chamada P. shenops não corresponde
>> exactamente nos
>> 	nossos dias de hoje a nada. Desde os anos 70 que esta "especie" tem
>> sido
>> 	subdividida em varias outras e suspeito que as restantes formas
> ainda
>> sob o
>> 	cobertor da designação "shenops" terão muito em breve designação
>> especifica.
>> 	Perguntei a um ictiologo se a P. shenops ainda é uma especie valida
> e
>> ele
>> 	disse-me que era uma boa pergunta... No campo ele tem muita
>> dificuldade em
>> 	determinar a pertença a esta ou a outras especies, mesmo com as
>> chaves
>> 	taxonomicas na mão! Isto quererá dizer que novas descrições de
>> especies
>> 	estarão para vir.
>> 	Portanto dia 17 de Fevereiro ás 15 horas.
>>
>> 	Abraços
>> 	Paulo José Alves
>>
>>
>> 	> Viva,
>> 	>
>> 	> Uma especie que me lembro de ver com frequencia no hobby, há mais
>> de
>> 	> 30 anos atrás, eram as mollies negras.
>> 	>
>> 	> Primeiro eram simplesmente pretas, de barbatanas normais. Depois
>> 	> começaram a aparecer com a cauda em lira.
>> 	>
>> 	> A cor negra é artificial, provavelmente selecionada a partir
>> 	> exemplares muito melânicos, mas é certamente uma variedade que
>> existe
>> 	> há muito tempo.
>> 	>
>> 	> Estes peixes, principalmente os que não têm "mariquices" como
>> caudas
>> 	> em lira ou a barriga deformada em balão, são geralmente criados em
>> 	> ambiente semi-natural e são rijos. Além disso, adaptam-se a um
>> 	> conjunto de ambientes curiosos, incluindo a água salgada.
>> 	>
>> 	> Recentemente voltei a ver estes peixes no comercio e estive quase
> a
>> 	> adquiri-los mas então fiquei com uma dúvida terrivel... lembrei-me
>
>> de
>> 	> ter lido não sei aonde que estas mollies eram hibridas. Acabei por
>
>> não
>> 	> os comprar.
>> 	>
>> 	> Hoje, fazendo uma pesquisa na net, aparecentemente, confirma-se:
>> 	> muitas das estirpes de mollies negras são hibridos entre Poecilia
>> 	> sphenops, Poecilia latipinna e por vezes até velifera! Terá sido
>> 	> assim, por exemplo, que surgiram as caudas de lira.
>> 	>
>> 	> A minha questão é... será que a "velhinha" molly negra, de
>> barbatanas
>> 	> pequenas, simples e sem mariquices, é uma verdadeira Poecilia
>> 	> sphenops?
>> 	>
>> 	>
>> 	> Miguel
>> 	>
>>
>>
>>
>>
>>
>>
>>
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>>
>>
>>
>> No virus found in this outgoing message.
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>> Version: 7.5.516 / Virus Database: 269.19.10/1241 - Release Date:
>> 24-01-2008
>> 9:58
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