RE: [viviparos_portugal] Molly negra ( espécies )

Miguel Andrade Cyprinodon O501voUZaez6ZJ6BLN7NJFEMcm_tbJa355XP9i4tUKg4Gf7OAQSjWExr2DjHPFprVh3TBGKtxln8Ew.yahoo.invalid
Quinta-Feira, 24 de Janeiro de 2008 - 22:41:11 WET


Olá de novo,

Eu não partilho totalmente da opinião do Paulo, ainda que no global ela se
possa enquadrar naquilo que tenho lido.
A única subespécie que conheço é Poecilia  ( Mollinesia ) sphenops cuneata
Poeser, 1992.
Deves porém ter em consideração que, tal com escrevi no meu sítio, com base
em questões morfológicas e apoiados nas técnicas genéticas mais avançadas, a
ciência tem vido a reformular a classificação desta espécie, inicialmente
classificada como poli mórfica, mas mais recentemente apresentada como um
complexo de espécies aparentadas.
Actualmente distinguem-se de facto várias espécies independentes dentro do
complexo Poecilia sphenops com base numa perspectiva mais profunda que
inclui elaborados modelos genéticos que nos permitem mesmo compreender a
evolução e o parentesco destas espécies.
Um dos resultados mais interessantes foi mesmo a diferenciação de algumas
populações localizadas de sphenops. Neste caso em particular encontra-se a
população do rio Balsas, no México, referida por vários autores como uma das
mais divergentes.
A composição deste complexo de espécies pode variar ligeiramente mas
vulgarmente são consideradas as seguintes espécies :

Poecilia butleri
Poecilia chica
Poecilia gracilis
Poecilia gilli
Poecilia mexicana
Poecilia orri
Poecilia sphenops
Poecilia vandepolii

No caso da espécie Poecilia mexicana existem inúmeras fontes mais recentes
que a classificam por sua vez como um complexo independente.

Dessa forma podemos ainda reconstituir a listagem relativa ao complexo
Poecilia sphenops anterior da seguinte forma com os seus dois “ ramais “ :


Costa do Pacífico ( complexo Poecilia sphenops )
Poecilia butleri
Poecilia chica
Poecilia mayalandi
Poecilia sphenops

Consta do Atlântico ( complexo Poecilia mexicana )
Poecilia catemaconis
Poecilia formosa
Poecilia gilli
Poecilia latipuncatata
Poecilia mexicana limantouri
Poecilia orri
Poecilia suphuraria
Poecilia teresae

Independentemente da maior ou menor actualidade deste ou daquele modelo, o
que interessa compreender é a complexidade das relações evolutivas e o
parentesco destas espécies.
Ainda dentro da mesma espécie, ao visionarmos algumas imagens de espécimes
selvagens da Molinésia Mexicana, rapidamente chegamos à conclusão que de
facto há uma considerável variação de caracteres entre algumas populações.
Em seguida responderei á outra parte da mensagem.

Um abraço

Miguel


________________________________

De: viviparos_portugal  yahoogroups.com
[mailto:viviparos_portugal  yahoogroups.com] Em nome de Miguel Figueiredo
Enviada: quarta-feira, 23 de Janeiro de 2008 11:03
Para: viviparos_portugal  yahoogroups.com
Assunto: Re: [viviparos_portugal] Molly negra


Ora bolas, então a shenops não corresponde a nada.
 
Cada vez mais me convenço que, para mantermos estirpes em condições, temos
mesmo que conhecer o historial dos peixes, desde o local de colecta. 
 
O espaço é limitado, o tempo disponivel também.. compensa, portanto,
escolhermos muito bem os hóspedes.
 
Eu, por mim, nas estirpes em que apostar, faço questão de as manter a longo
prazo (mais de 10 anos).
 
Para mim, uma estirpe é tão mais importante quanto o tempo em que a
mantenho. Acho que se torna da familia.
 
Daí que, com os viviparos, o que estou a fazer é dar-lhes dois anos, este
periodo é geralmente suficiente para obter novas gerações e assegurar a
continuidade da espécie. Se for uma uma estirpe realmente interessante, com
uma boa vitalidade, robusta e sem aspectos que indiciem problemas genéticos
(como nascerem peixes deformados) então aí sim, os peixes tornam-se "da
familia" e parto para uma manutenção a longo prazo. Senão desfaço-me da
espécie e passo à próxima. 
 
A única espécie de viviparos que mantenho e que já é "da familia" são os
Phallocerus. Mantenho-os à cerca de quatro anos. É uma estirpe de uma
extraordinária vitalidade, nunca me nasceu um único peixe deformado e, no
verão, têm conseguido o incrivel feito de se reproduzirem no lago cheio de
Paratilapias, embora em pequenos numeros. Dos seis ou sete peixes que lá
coloco na primavera, retiro depois uns 12, quase todos fêmeas, aparentemente
os machos são comidos mais facilmente. 
 
Entretanto, estou a gostar bastante dos espadas que tenho, como o mayae, o
alvaresi ou mesmo o birchamnni mas ainda é muito cedo para descobrir se
estas estirpes têm boa vitalidade. Provavelmente só este verão os vou
começar a reproduzir bem, em recipentes no quintal. 
 
 
Miguel
 
On 1/23/08, paulo jose da fonte alves <pjdfalves  VUE1hF3TeHGDXCGaNQOtXMKwdNJAIRoAZFqgY26eAupBbBBS1n0Ds-I4u9qQiNHf270c4mazlZd8yiqJns8.yahoo.invalid > wrote: 

	Olá
	
	Alem de serem hibridos a chamada P. shenops não corresponde
exactamente nos
	nossos dias de hoje a nada. Desde os anos 70 que esta "especie" tem
sido
	subdividida em varias outras e suspeito que as restantes formas
ainda sob o 
	cobertor da designação "shenops" terão muito em breve designação
especifica.
	Perguntei a um ictiologo se a P. shenops ainda é uma especie valida
e ele
	disse-me que era uma boa pergunta... No campo ele tem muita
dificuldade em 
	determinar a pertença a esta ou a outras especies, mesmo com as
chaves
	taxonomicas na mão! Isto quererá dizer que novas descrições de
especies
	estarão para vir.
	Portanto dia 17 de Fevereiro ás 15 horas.
	
	Abraços
	Paulo José Alves 
	
	
	> Viva,
	>
	> Uma especie que me lembro de ver com frequencia no hobby, há mais
de
	> 30 anos atrás, eram as mollies negras.
	>
	> Primeiro eram simplesmente pretas, de barbatanas normais. Depois 
	> começaram a aparecer com a cauda em lira.
	>
	> A cor negra é artificial, provavelmente selecionada a partir
	> exemplares muito melânicos, mas é certamente uma variedade que
existe
	> há muito tempo. 
	>
	> Estes peixes, principalmente os que não têm "mariquices" como
caudas
	> em lira ou a barriga deformada em balão, são geralmente criados em
	> ambiente semi-natural e são rijos. Além disso, adaptam-se a um 
	> conjunto de ambientes curiosos, incluindo a água salgada.
	>
	> Recentemente voltei a ver estes peixes no comercio e estive quase
a
	> adquiri-los mas então fiquei com uma dúvida terrivel... lembrei-me
de 
	> ter lido não sei aonde que estas mollies eram hibridas. Acabei por
não
	> os comprar.
	>
	> Hoje, fazendo uma pesquisa na net, aparecentemente, confirma-se:
	> muitas das estirpes de mollies negras são hibridos entre Poecilia 
	> sphenops, Poecilia latipinna e por vezes até velifera! Terá sido
	> assim, por exemplo, que surgiram as caudas de lira.
	>
	> A minha questão é... será que a "velhinha" molly negra, de
barbatanas 
	> pequenas, simples e sem mariquices, é uma verdadeira Poecilia
	> sphenops?
	>
	>
	> Miguel
	>
	
	

				
 


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