Viva Miguel,<div><br></div><div>Excelente o teu trabalho! </div><div><br></div><div>Estou especialmente admirado com a Xenotoca eiseni - grande peixe! Nunca esperei que resistisse a tão baixas temperaturas.</div><div><br></div>
<div>Estou certo que os Fundulus e Aphanius não morreram de frio.</div><div><br></div><div>Aqui onde moro, na Charneca da Caparica, cheguei a sair de casa às 7:30 da manhã com 1 grau de temperatura. Os campos aqui da zona estavam todos branquinhos da geada. Tenho Aphanius mento e Aphanius danfordii &quot;Soysalli&quot; dentro de vasos verdes (acho que te lembras deles) - como os vasos estão em contacto com o ar, a temperatura da água deve também ter estado muito próxima de zero... e os peixes estão bem.</div>
<div><br></div><div>No lago, estou um bocado preocupado com os Phallocerus - não consigo ver nenhum mas o certo é que não consigo ver nenhum outro peixe e acredito que os meridionalis continuam vivos. No fim de semana passei o casal de danfordii para o lago, assim como 6 Jordanella, na esperança que me ajudem a combater uma alga verde de fios rijos que que está a aparecer.</div>
<div><br></div><div>Também suspeito que não foi de frio que os teus Amecas morreram. Já os vi felizes da vida em água a 4 graus de temperatura!</div><div><br></div><div>O problema das baixas temperaturas é que torna alguns peixes mais sensíveis a doenças, principalmente a fungos. Assim dependerá também do tipo de água e da quantidade de matéria orgânica a sobrevivencia ao frio. No meu primeiro lago tinha um grupo de 12 Melanotaenia splendida que quinaram todos no final de Outubro, com fungos.</div>
<div><br></div><div>Em Novembro, quando esvaziei o meu lago actual, também não encontrei Fundulus, tinha lá um casal, a fêmea já lá tinha passado o inverno anterior. Certamente não morreram de frio mas talvez a queda de temperatura possa ter contribuido para os debilitar.</div>
<div><br></div><div>Os progenitores dos Fundulus do Gil foram criados por mim numa caixa plástica de 45 litros, ao ar livre, tinha muito pouco efeito de &quot;buffer&quot; e a temperatura variava bastante, mas, aparentemente os peixes não se importavam.</div>
<div><br></div><div>Também concordo que quem sobreviveu este inverno sobrevive, nas respectivas regiões, a qualquer outro. Estou em pulgas para descobrir se os Phallocerus escaparam. Há semanas que não os vejo em lado nenhum! Se escaparam, devem ter uma estratégia semelhante às gambusias: enterrarem-se no fundo em semi-hibernação.</div>
<div><br></div><div><br></div><div>Miguel</div><div><br></div><div><br><div class="gmail_quote">2009/2/25 <a href="http://www.viviparos.com">www.viviparos.com</a> <span dir="ltr">&lt;<a href="mailto:viviparos@viviparos.com">viviparos@viviparos.com</a>&gt;</span><br>
<blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex;">Prezados colegas,<br>
<br>
Hoje partilho convosco os resultados da prospecção ao lago este<br>
fim-de-semana.<br>
Parece que temos excelentes espécies resistentes ao nosso clima e algumas<br>
surpresas.<br>
Partilho a opinião do Paulo Alves, segundo a qual as espécies que resistirem<br>
ao Inverno 2008/2009 terão seguramente sobrevivência garantida em qualquer<br>
outro ano.<br>
Dessa forma procedi a um levantamento exaustivo das espécies que conseguiram<br>
ultrapassar com sucesso as invulgarmente baixas temperaturas registadas em<br>
Janeiro deste ano.<br>
A operação teve lugar esta Segunda-feira, dia 23 de Fevereiro, consistindo<br>
no esvaziamento total do lago e posterior reenchimento.<br>
A temperatura do ar entre as 0:00 e as 24:00 desse dia variou entre a mínima<br>
de 7ºC e a máxima de 19ºC e entre 14ºC ( 6:00 ) e 15ºC ( 18:00 ) na água do<br>
lago.<br>
Nas fotografias anexas ( espero eu que as recebam através desta mensagem,<br>
embora não fiquem disponíveis depois no arquivo da lista ), podem<br>
testemunhar algumas das espécies que foram capturadas.<br>
A lista total de sobreviventes registados no final da captura foi a seguinte<br>
:<br>
<br>
Carassius auratus ( introdução acidental no ano passado e erradicado<br>
totalmente )<br>
Cyprinus carpio ( Koy )<br>
Cyprinodon alvarezi ( El Potosi )<br>
Heterandria formosa<br>
Oryzias latipes<br>
Skiffia multipunctata<br>
Xenotoca eiseni<br>
<br>
Não foram encontrados exemplares das seguintes espécies introduzidos antes<br>
do Inverno :<br>
<br>
Ameca splendens<br>
Aphanius mento ( Elbistan )<br>
Fundulus cingulatus<br>
<br>
Conclusões :<br>
<br>
Foi uma grande surpresa não ter encontrado nem exemplares de Aphanius mento<br>
nem de Fundulus cingulatus, pois são tidos como resistentes ao frio.<br>
Os Fundulus cingulatus eram mesmo descendentes da linhagem criada pelo<br>
Alberto Gil, os quais estão habituadíssimos ao Inverno em pequenos lagos<br>
numa zona seguramente mais fria ( Torres Vedras ).<br>
Teriam sido vítimas de predação por serem muito jovens ?<br>
Nesse caso também teriam desaparecido todos os exemplares de Heterandria<br>
formosa, os quais consituíram sem dúvida a mais inesperada boa notícia, já<br>
que embora encontrados em reduzido número ( 23 exemplares ), nem faziam<br>
parte da memória de espécies existentes no lago, como podem comprovar com a<br>
lista publicada na mensagem enviada no dia 26 de Janeiro com o assunto “<br>
Recorde de temperatura mínima no lago “.<br>
Constituiu uma surpresa moderada ter encontrado apenas exemplares jovens e<br>
crias de Xenotoca eiseni, pois todos os adultos ( especialmente os maiores )<br>
morreram.<br>
Sendo a Xenotoca eiseni uma espécie em teoria menos resistente às baixas<br>
temperaturas do que a Ameca splendens, foi um choque ter perdido as escassas<br>
centenas de exemplares desta última espécie, devido o frio deste Inverno,<br>
depois de terem sobrevivido sem vítimas no ano passado, por exemplo.<br>
Note-se que o nosso conhecido colega Martin R. Tversted, no artigo de sua<br>
autoria - “ Low Temperatures and Cyprinodonts “ - defende que ambas as<br>
espécies possuem uma resistência idêntica ( 10ºC ), contudo as Xenotoca<br>
eiseni este ano sobreviveram durante 5 dias abaixo dos 8ºC, tendo mesmo<br>
resistido ao recorde de temperatura mínima registada de 5,4 ºC, como se pode<br>
ver mais abaixo.<br>
Ainda usando como referência o artigo anteriormente mencionado do nosso<br>
colega Dinamarquês, vejam por exemplo o caso da espécie Skiffia<br>
multipunctata, referenciada no mesmo como podendo resistir até a um mínimo<br>
de 7ºC.<br>
O exemplar encontrado de novo, trata-se de uma fêmea já nascida nos meus<br>
aquários, a qual, além de ter passado os 3 últimos Invernos no exterior,<br>
desta vez superou todas as expectativas.<br>
Outra curiosidade a destacar é que este peixinho escapou da captura dos<br>
exemplares da sua espécie que mantinha quando, infelizmente, tive que me<br>
desfazer dos aquários mantidos em Lisboa, indo perfazer em Abril de 2009 os<br>
4 anos de idade.<br>
Sem dúvida uma espécie a eleger para o povoamento deste lago no futuro.<br>
Nesta operação foram retirados todos os exemplares de Carassius auratus a<br>
fim de facilitar a reprodução das espécies depositadoras de ovos.<br>
A título de curiosidade é de salientar a grande quantidade de camarões “ Red<br>
Cherry “ ( Neocaridina denticulata sinensis ), incluindo fêmeas já com com<br>
ovos maduros e muitas crias.<br>
Para além de muitos invertebrados não identificados foi descoberto um girino<br>
de Rã-verde ou Rã-comum ( Rana perezi ), sem dúvida remanescente da época<br>
passada, dado o seu estádio de desenvolvimento e a inexistência de ovos ou<br>
de outros girinos.<br>
Outro batráquio presente ( apenas 2 exemplares ) foi a Rã Pintada Ibérica ou<br>
Discoglosso Ibérico ( Discoglossus galganoi ).<br>
Da flora introduzida no lago desapareceu pela primeira vez este ano o<br>
chamado Musgo de Java ( Vesicularia dubyana ? ou Taxiphyllum barbieri ? ),<br>
aqui referido desta forma por se tratar na realidade de outra espécie não<br>
identificada; provavelmente o musgo proveniente da Formosa ( Taxiphyllum<br>
alternans ), dado ser muito resistente ao frio letal para o Vesicularia<br>
dubyana que se faz sentir no nosso Inverno.<br>
Todas as restantes plantes resistiram perfeitamente às incrivelmente baixas<br>
temperaturas, sendo a flora actual composta pelas seguintes espécies :<br>
<br>
Elodea canadensis<br>
Egeria densa<br>
Lagarosiphon major<br>
Myriophyllum spicatum<br>
Potamogeton nudosus<br>
Potamogeton pectinatus<br>
<br>
Para terminar transcrevo de seguida algumas passagens importantes da minha<br>
mensagem enviada sobre os rigores deste Inverno no passado dia 26 de Janeiro<br>
:<br>
<br>
Embora tenha cessado a série de aferições diárias; em dias excepcionalmente<br>
frios ( ou quentes ) continuo a anotar as temperaturas para futura<br>
referência.<br>
Os dados apurados à superfície da água ( 15 cm de profundidade ) no lago,<br>
neste início do ano foram os seguintes :<br>
<br>
05-01-2009 &gt; 12,3ºC<br>
06-01-2009 &gt; 10,1ºC<br>
07-01-2009 &gt; 9,6ºC<br>
08-01-2009 &gt; 9,2ºC<br>
09-01-2009 &gt; 7,2ºC ( dia mais frio -1,6ºC / 5,2ºC )<br>
10-01-2009 &gt; 7,1ºC<br>
11-01-2009 &gt; 6,4ºC<br>
12-01-2009 &gt; 5,2ºC<br>
13-01-2009 &gt; 6,7ºC<br>
14-01-2009 &gt; 8,3ºC<br>
15-01-2009 &gt; 10,2ºC<br>
<br>
Se observarem bem os meus registos expressos na página<br>
<a href="http://www.viviparos.com/Biologia/Lago.htm" target="_blank">http://www.viviparos.com/Biologia/Lago.htm</a>, nomeadamente na parte relativa<br>
aos resultados anuais ( com todos os dados obtidos e gráficos descriminados<br>
por ano ), estas temporadas de frio intenso não são muito frequentes.<br>
Há dois anos em particular, nos quais destaco situações de frio intenso no<br>
período compreendido entre 1985 e 2006.<br>
Atentem em particular ao mês de Janeiro de 2005 e ao de 1992.<br>
A novidade neste início de 2009 foi o facto de ter sido batido o recorde<br>
anterior da mínima absoluta ( 5,5ºC ) e da súbita descida não ter<br>
acompanhado de perto as temperaturas do ar, dado que o dia mais frio do<br>
período estudado foi o dia 9 de Janeiro e não o dia 12 de Janeiro.<br>
A explicação mais óbvia para esse contra censo é o facto de a amplitude<br>
térmica ter sido muito curta, tendo-se mantido as temperaturas máximas do ar<br>
muito baixas.<br>
Seja como for, fica para a memória futura o mês de Novembro mais frio desde<br>
1985 e um gélido início de Janeiro de 2009 com o recorde absoluto da mínima.<br>
<br>_______________________________________________<br>
Cyprinodontiformes mailing list<br>
<a href="mailto:Cyprinodontiformes@viviparos.com">Cyprinodontiformes@viviparos.com</a><br>
<a href="http://viviparos.com/cgi-bin/mailman/listinfo/cyprinodontiformes" target="_blank">http://viviparos.com/cgi-bin/mailman/listinfo/cyprinodontiformes</a><br>
<br></blockquote></div><br></div>