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Cyprinodontiformes vivíparos e ovovivíparos Livebearer Cyprinodontiformes Espécies > Ficha da espécie > Xiphophorus maculatus Species > Species profile > Xiphophorus maculatus |
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Macho adulto : 20 a 40.4 mm Fêmea adulta : 50.1 a 60.2 mm
Raios da barbatana caudal : / 20 ( 22 ) Escamas na linha lateral : 25 ( 27 ) Relação cabeça / comprimento total ( macho ) : 0,24 Relação cabeça / comprimento total ( fêmea ) : 0,20
O limite Norte situa-se na bacia hidrográfica do Rio Jamapa no Estado de Vera Cruz, México, e estende-se para Sul até à região de Alta Verapaz, Distrito de Petén na Guatemala, para além de uma extensa região de Belize. Nomeadamente nas bacias hidrográficas setentrionais, ( Jamapa, Cotaxtla, Otopa, Blanco, Tonto, Papaloapan, Coatzacoalcos San Juan, Dos Canos ), a ocorrência da espécie dá-se sobretudo abaixo dos 500 metros de altitude. Na área de distribuição geográfica desta espécie podemos encontrar zonas quentes com características sub-húmidas e húmidas ( sub-tropical e tropical chuvoso ). A Norte da distribuição geográfica da espécie, na região da cidade de Vera Cruz, por exemplo, a temperatura média do ar varia entre sensivelmente 20ºC em Janeiro e os 27ºC em Junho. Ainda assim as temperaturas médias não nos podem fornecer uma imagem real do clima local, uma vez que o mês mais quente do ano não é de facto Junho, mas sim Abril, Maio ou Setembro, de acordo com a região em questão. As temperaturas médias da água em muitas regiões podem ser 0.4ºC mais elevadas em Agosto do que em Junho, por exemplo. Em certas regiões as temperaturas mais elevadas fazem-se sentir em Abril, pois devido à latitude é a altura do ano que o Sol se encontra mesmo a pique e ainda não começou a época das chuvas. Logo a seguir a pluviosidade, que começa em Maio e proporciona muitos dias de céu nublado, acaba por “ refrescar “ um pouco o ambiente, fazendo descer as temperaturas máximas mas em simultâneo proporcionando uma ligeira subida das mínimas. Também devido à estação chuvosa, Agosto ou até mesmo Setembro podem-se revelar-se os meses em que as temperaturas máximas superam as dos restantes meses, ( sobretudo devido à diminuição da nebulosidade e à posição do Sol ). No Sul da sua distribuição geográfica, as temperaturas médias anuais podem variar apenas 0.5ºC entre Janeiro e Junho ( Inverno / Verão ). Em Belize as temperaturas do ar situam-se entre os extremos de 10ºC de mínima a 35ºC de máxima, sendo a média anual 26ºC com pouca amplitude térmica ao longo do ano e geralmente temperaturas superiores a 18ºC mesmo no Inverno. A maior pluviosidade nas regiões onde se situa a maior densidade da ocorrência desta espécie tem lugar no Verão, acontecendo ocasionalmente a passagem de alguns furacões entre Junho e Outubro no Norte e de Junho a Novembro no Sul. A temperatura das águas na vasta área de distribuição da espécie varia sensivelmente entre 24ºC e 30ºC entre Abril e Outubro e entre 16ºC e 24ºC entre Novembro e Março. Nas áreas tropicais húmidas mais a Sul os limites pouco variam situando-se todo o ano entre os 19ºC e os 26ºC. O Xiphophorus maculatus vive sobretudo em rios, canais, ribeiros e riachos de curso lento. É contudo possível encontrar muitas populações estabelecidas em lagos, lagoas costeiras e outros ambientes lênticos. Usualmente esta espécie está mais associada a biótopos com fundos arenosos, alguma vegetação subaquática e mesmo alguns troncos submersos de árvores derrubadas. Nota-se sobretudo uma preferência por zonas marginais e bancos de areia bem providos de vegetação aquática, nos rios maiores, nomeadamente as margens providas de raízes da vegetação ribeirinha ou do tipo arenoso, onde procuram refúgio sobretudo exemplares jovens ou crias. Em alternativa são igualmente muito frequentados os ribeiros de pouca altura de água com corrente fraca ou ligeiramente moderada. Os adultos frequentam com mais assiduidade ambientes com maior profundidades, as quais no entanto não costumam ultrapassar entre 50 centímetros e 1 metro. O seu ambiente preferido caracteriza-se por águas claras em parte do ano mas turvas e por vezes com visibilidade nula, sobretudo na época das cheias. A química da água nestes locais caracteriza-se, entre outros parâmetros, por apresentarem um valor de pH entre 7,5 e 8,1 ou mais. Noutros locais do mundo onde a espécie foi introduzida pelos seres humanos, encontram-se populações estabelecidas aproximadamente no mesmo tipo de ambiente ou próximo de zonas termais onde lhes é permitido enfrentar o frio severo que de outra forma lhes seria fatal.
Limite de tolerância : 16ºC e 34ºC Limite de sobrevivência : 12ºC e 36ºC pH ideal : 7 – 8.2 dH ideal : 9º - 19º Salinidade máxima : 1,021 ( 28,5 ppm )
Entre as populações que se encontram na natureza existe já por si uma certa variabilidade, a qual é quase impossível de testemunhar nos animais cultivados. Talvez pelas pressões ambientais e predatórias a que estão sujeitos os animais selvagens, não é muito habitual capturarem-se machos com as dimensões dos animais domésticos. Sabe-se que em várias espécies, ( e esta não é excepção ), nas populações que vivem na presença de predadores os indivíduos apresentam geralmente maiores dimensões comparativamente com aquelas que não coabitam com essa tensão permanente. Devido à sua distribuição geográfica relativamente ampla, encontraram-se mesmo diferenças interessantes em termos biológicos e morfológicos entre populações distintas. Num estudo publicado em 1977 da autoria de Klaus D. Kallman e Valerie Borkoski, cujo título é “ A Sex-Linked Gene Controling the Onset of Sexual Maturity in Female and Male Platyfish ( Xiphophorus maculatus ), Fecundity in Females and Adult Size in Males “, somos confrontados com algumas diferenças muito significativas entre populações em termos de maturidade sexual e fecundidade. Sabe-se que, dependendo muito da sua herança genética, os Platys de ambos os sexos atingem a maturidade sexual entre as 5 e as 73 semanas de idade ( Kalman e Borkoski, 1977 ). Estamos obviamente a ter em contemplação populações diferentes mas mantidas sob as mesmas condições ambientais, pois assinaladamente em função da alimentação e da temperatura, sabemos que esta condição pode ser muito influenciada e os seus resultados revelarem-se diferentes em função desses factores. Tal como noutras espécies conhecidas da sub-família Poeciliinae, os animais de ambos os sexos apresentam o mesmo ritmo de crescimento mas, como a partir da maturidade sexual os machos abrandam ou praticamente cessam o seu desenvolvimento, aqueles que atingirem essa fase mais cedo acabam por ficar menores do que os que se formam mais tarde. Em iguais condições de manutenção no estudo supra citado, os machos das várias populações estudadas atingiam em média a maturidade sexual com idades e dimensões distintas. Enquanto que numa das populações estudadas essa fase acontecia por volta dos 21 mm o que correspondia às 8 semanas, os de outras populações observadas atingiam a mesma fase de desenvolvimento entre 25 a 29 mm, isto é, por volta das 11 a 13.5 semanas. No extremo oposto encontram-se os machos de uma das populações que só completavam o crescimento pelos 37 mm, o que tinha lugar cerca das 26.5 semanas de vida, ( Kalman e Borkoski, 1977 ). Outra diferença assinalável entre as populações, a qual se pode notar sobretudo entre aquelas que provêm do México e as de Belize, é o facto de existirem dois tipos de mecanismos de determinação sexual distintas na espécie. Devido ao facto de terem sido identificados três cromossomas relacionados com o sexo em populações naturais, ( W, X e Y ), os genotipos sexuais das fêmeas podem ser WY, ou WX, enquanto que o dos machos podem ser XY ou YY, ( Kallman 1973 ). Por genotipo, entenda-se o conteúdo genético ( ou genoma específico) de um individuo, em forma de ADN. Nos Xiphophorus maculatus da parte Norte da respectiva distribuição geográfica ( México ), o macho é heterogamético ( XX – fêmea, XY – machos ), enquanto na parte Sul ( Belize ) e entre a maior parte das linhagens domésticas, a fêmea é que é heterogamética ( WY – fêmea, YY macho ), ( Mac Intyre, 1961 ). Tal como acontece com outras espécies do género Xiphophorus, têm surgido ao longo do tempo inúmeros testemunhos de reversão sexual ( o indivíduo pertence funcionalmente a um dos sexos mas geneticamente pertence ao oposto ). Ainda que não muito vulgar, este fenómeno acontece sobretudo em populações criadas em cativeiro cujas origens são desconhecidas. Essas linhagens incluem habitualmente no seu material genético os vestígios de cruzamentos entre variedades e populações diferentes, pelo que o seu valor como matéria de estudo científico é questionável. Ao contrário do que se acredita, não basta manter no mesmo aquário apenas fêmeas para que uma delas se transforme em macho, ou vice-versa. Na natureza estes peixes são omnívoros, alimentando-se de quase todos os organismos vivos de dimensões convenientes, nomeadamente zoobentos e zooplâncton, invertebrados aquáticos, insectos, mas de bastante matéria vegetal variada ( sobretudo detritos vegetais e algas ). A alimentação usual em cativeiro não apresenta problemas. O Xiphophorus maculatus tolera muito bem alimentos industriais secos ( flocos ), frescos ou congelados e dá resultados espectaculares quando recebe também alimentos vivos. Uma dieta adequada corresponde às dos outros ovovivíparos mais comuns, sem especiais cuidados a assinalar. Para além de alimentos liofilizados em flocos, recomenda-se vivamente artémia salina, larvas de mosquito, tubifex, dáfnias, todos estes vivos ou congelados. Como complemento aceitam bem a carne moída de moluscos ou da maior parte do peixe de mar usado na alimentação humana. Muito raramente também se pode aproveitar a carne crua sem gordura e também moída de animais domésticos, ( vaca, porco, aves e coelho ). Esta é uma espécie de reprodução contínua, desde que seja mantida dentro dos limites de temperatura e foto-período ideais. Em cativeiro, o canibalismo de recém nascidos é raro e a ocorrer é um sinal de alarme muito eficaz sobre deficiências alimentares e ambientais. Naturalmente que em meios restritos como os aquários pequenos desprovidos de abrigos para as crias, os peixes adultos indevidamente alimentados e habituados a verem as crias como alimento, aproveitarão certamente todos os nascimentos para obterem uma forma acessível de alimento vivo. No entanto, esta é uma espécie consideravelmente prolífica. A fêmea Platy apresenta um período entre partos que varia normalmente entre 26 a 29 dias, sendo muito frequentes os ciclos de 28 dias. Esta duração está intimamente relacionada com a temperatura e com a alimentação. O intervalo entre as primeiros partos pode ser irregular e acontecer entre os 27 e os 90 dias. A fertilização ocorre cerca de uma semana após um parto. As fêmeas sujeitas a angústia ou colocadas em gaiolas do tipo “ maternidade “ poderão recusar-se a dar à luz por períodos longos. Independentemente da duração da gestação nessas condições em particular é comum uma parte considerável de crias daí resultantes nascerem mortas ou com problemas. Um parto pode dar origem de 20 a 40 crias nas fêmeas mais jovens e até pouco mais de 60 nas plenamente desenvolvidas. O número de crias das fêmeas idosas e o intervalo entre os partos tendem a replicar de novo o início do ciclo reprodutivo. Observaram-se já também complicações de esterilidade em fêmeas desta espécie. Presumivelmente serão causas internas, nomeadamente um fenómeno equivalente à degeneração dos ovários ou outra causa orgânica, pelo que os animais afectados por este problema de saúde deixam de se reproduzir. A alimentação dos recém nascidos segue os parâmetros habituais dos ovovivíparos da sub-família Poeciliinae.
As disputas entre machos são completamente inofensivas para os restantes habitantes no mesmo aquário e raramente trazem consequências físicas para os próprios antagonistas. No início dos anos 1920 descobriu-se que era possível cruzarem-se com muita facilidade certas espécies dentro do género Xiphophorus. O que caracteriza os seus híbridos é que são inúmeras vezes férteis, dando origem a descendência. Esta ocorrência é tão vulgar que não é de todo conveniente manter num mesmo aquário diferentes espécies deste género. O resultado dos cruzamentos obtidos na maior parte das vezes exibem características de ambas as espécies que lhes deram origem, resultando desse facto peixes de aparência intermédia. Assim se conseguem fixar determinadas características dominantes de uma, ou mesmo das duas espécies, num único híbrido na geração F1 e por aí adiante. Acontecem por vezes, em resultado destas experiências, híbridos que manifestam uma originalidade assentada em relação às espécies progenitoras. Determinadas características herdadas de apenas uma das espécies originais pode vir a manifestar-se com especial exuberância nesta descendência mista. Quer nos Estados Unidos, quer na Alemanha, os cientistas cedo repararam que alguns resultados de cruzamentos entre Xiphophorus, produziam uma especial incidência de melanoma, um dos mais mortíferos cancros da pele. Estes melanomas resultam de problemas ocorridos na formação das marcas melanísticas que ocorrem no pigmento de certos indivíduos, com especial incidência entre alguns híbridos. Como é evidente esta propensão veio trazer aos investigadores um óptimo campo de experiência na luta contra o cancro. Surgiram mesmo alguns modelos e sistemas com base nestas ocorrências, tornando-se instrumentos de imprescindível utilidade no estudo do progresso do melanoma. Curiosamente, as células pigmentadas que nestes peixes são atreitas ao desenvolvimento da doença são comparáveis às humanas em termos bioquímicos, morfológicos e fisiológicos. Os métodos utilizados nos Xiphophorus também incluem radiações que dão aos cientistas uma perspectiva sobre a incidência deste tipo de cancro, assim como a sua evolução. Através das gerações subsequentes de animais tratados em laboratório, os investigadores podem aperceber-se do progresso do melanoma através de um fenómeno denominado antecipação genética. Estes nossos conhecidos peixes de aquário, tornaram-se igualmente poderosos instrumentos no estudo da hereditariedade neste tipo de doença.
Esta espécie não se encontra ainda em situação preocupante nem faz parte do Livro Vermelho do I.U.C.N.
Para esclarecimento de dúvidas e mais informações consulte-se Cyprinodontiformes vivíparos e ovovivíparos no Livro Vermelho de Espécies Ameaçadas da UICN.
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