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Skiffia multipunctata  Espinosa Perez et al, 1993

Xenendum multipunctatum Pellegrin, 1901; ( válido como )
Ollentodon multipunctatus Turner, 1937; ( válido como )
Ollentodon multipunctatus Hubbs & Turner, 1939; ( válido como )


Skiffia Sal e Pimenta [ Português ]

Tiro Manchado [ Español ]

Spoted Skiffia [ English ]

Distribuição geográfica :

México ( Bacias Hidrográfica do Rio Lerma ).


Uso de imagens :

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I - Morfologia sumária ( caracterizações merísticas )
 


Comprimento total absoluto

Macho adulto : 44.3 a 50.1  mm

Fêmea adulta : 48.9 a 61.2 mm


Raios da barbatana dorsal : / 15 ( 17 )

Raios da barbatana caudal : / 20 ( 22 )

Escamas na linha lateral :  34 ( 36 )

Relação cabeça / comprimento total ( macho ) : 0,17

Relação cabeça / comprimento total ( fêmea ) : 0,20


Estão disponíveis para consulta mais imagens sobre esta espécie na galeria de imagens.


II - Habitat e distribuição geográfica


Ainda que se encontre aparentemente numa área maior do que se supunha, na bacia hidrográfica dos rios Lerma-Santiago, esta espécie continua mesmo assim a ter uma distribuição geográfica limitada apenas aos Estados de Michoacán e Jalisco, no México.

O Rio Lerma nasce a 24 quilómetros da cidade de Toluca, na meseta central Mexicana. O seu curso de aproximadamente 560 quilómetros termina no Lago Chapala nos arredores da localidade de La Barca, atravessando ambos Estados onde ocorre a Skiffia Sal e Pimenta.

O Lago Chapala situa-se a 1.524 metros de altitude e dele nasce, por exemplo, o Rio Grande de Santiago, nas proximidades de Ocotlán, pelo que é considerado apenas um prolongamento natural do Rio Lerma.

Com uma superfície de 1.080 quilómetros quadrados é considerado o maior do México e 3º em área da América Latina, ( embora ocupe um honroso 68º lugar à escala mundial ). O seu comprimento máximo pode variar entre os 78 e os 82 quilómetros e a largura cerca de 19 quilómetros.

O seu nível de água máximo pode chegar aos 8.125 milhões de m3, embora o nível médio ronde os 4.500 milhões de m3. Em 2002 o seu nível chegou a valores críticos na ordem de 1.120 milhões de m3.

A profundidade máxima do lago é de 7 metros, rondando a profundidade média cerca de 4 metros e meio.

Este lago ocupa uma falha tectónica onde se incluem as bacias hidrográficas Lerma-Chapala-Santiago. É abastecido principalmente pelos rios Lerma, Duero e Zula, para além de ouros tributários menos importantes como o Jiquilpan, o Azuayo e o La Pasión.

A água do lago está hoje a ser utilizada pelas populações ribeirinhas particularmente para irrigação na agricultura e para abastecimento doméstico, sendo a pesca uma actividade económica assinalável e até regulamentada.

Trata-se de um ecossistema aquático ainda caracterizado por uma apreciável biodiversidade, onde se inclui a sua rica vegetação aquática e apreciável em espécies de insectos aquáticos, moluscos, crustáceos, peixes anfíbios, répteis e plâncton, os quais são por sua vez responsáveis por uma notável quantidade de aves aquáticas residentes e migradoras.

Das espécies de peixes mais abundantes destaca-se presença das seguintes :


Algansea popoche

Chirostoma sphyraena Notropis lermae

Algansea tincella

Cyprinus carpio communis ( espécie introduzida ) Oreochromis aureus ( espécie introduzida )

Allophorus robustus

Cyprinus carpio rubrofuscus ( espécie introduzida ) Poecilia reticulata ( espécie introduzida )

Allotoca sp

Cyprinus carpio specularis ( espécie introduzida ) Poeciliopsis infans

Carassius auratus ( espécie introduzida )

Falcularius chapalae Skiffia bilineata

Chapalichthys encaustus

Goodea atripinnis Skiffia lermae

Chirostoma arge

Iclaurus ochoterenai Skiffia multipunctata

Chirostoma chapalae

Ictalurus dugesi Xenotoca variata

Chirostoma consocium

Lampetra spadicea Xiphophorus helleri ( espécie introduzida )

Chirostoma jordani

Lepomis macrochirus ( espécie introduzida ) Yuriria alta

Chirostoma labarcae

Micropterus salmoides ( espécie introduzida ) Zoogonecticus quitzeoensis

Chirostoma lucius

Moxostoma austrinum

Chirostoma promelas

Notropis calientis


Apenas por esta amostra é possível detectar uma certa quantidade de espécies introduzidas e outras de importante valor tanto para a pesca comercial como para a recreativa.

A pesca comercial é praticada por cerca de 21.000 pescadores que se dedicam todo ano sobretudo a 16 espécies. Destas 10 são nativas ( Ictalurus dugesi, Ictalaurus ochoterenai, Chirostoma consocium, Chirostoma jordani, Chirostoma arge, Chirostoma chapalae, Chirostoma labarcae, Chirostoma promelas, Chirostoma sphyraena e Chirostoma lucius ), e 6 ( se considerarmos as diferentes subespécies de carpa ) são introduzidas, ( Oreochromis aureus, Ictalurus punctatus, Cyprinus carpio communis, Cyprinus carpio specularis, Cyprinus carpio rubrofuscus e Carassius auratus ).

O nível máximo de capturas foi atingido em 1981 com 17.700 toneladas, tendo no entanto caído para menos de 3.000 toneladas actualmente.

A esta diminuição atribui-se a degradação da qualidade da água, as mudanças ambientais entretanto ocorridas assim como à sobre exploração da pesca.

Os dois climas predominantes na região das bacias hidrográficas de distribuição desta espécie caracteriza-se por variar entre o seco temperado e o quente sub-húmido, existindo geralmente uma estação de chuvas entre os meses de Abril e Outubro com precipitações anuais entre sensivelmente 33,9 mm e quase 1.800 mm.

As temperaturas médias anuais do ar nas regiões onde a Skiffia multipunctata existe naturalmente variam entre 16ºC e 24ºC.

Usando como exemplo a região do Lago Chapala, embora não seja a mais representativa nem a localidade tipo, estamos na presença de uma região de clima semi-seco.

A temperatura média anual é de 19.9ºC com Inverno e Primavera secos e temperados, sem uma estação invernal bem definida. As temperaturas máximas do ar rondam os 27ºC ou 30ºC, ocorrendo geralmente de Maio a Junho, e as mínimas entre os 9ºC e os 12ºC entre Dezembro e Fevereiro, quando se verificam cerca de 4,1 dias de geadas por ano. A precipitação média ronda os 875.2 mm, sendo a ocorrência de chuvas mais concentrada nos meses de Junho, Julho e Agosto.

As temperaturas registadas nas águas de origem da espécie variam geralmente entre os extremos compreendidos de 13ºC a 33ºC, ainda que em certa áreas os afloramentos termais de origem vulcânica possam proporcionar localmente o aparecimento de fontes de água quente que condicionam as temperaturas mínimas e fazem as máximas chegarem a valores muito superiores.

Apesar do declínio geral da espécie, Brian Kabbes faz referência a uma população encontrada por si, em 1998, a sudoeste do Lago Chapala, numa localidade chamada Noroto, onde é possível achar-se um pequeno santuário para a Skiffia Sal e Pimenta ainda com grande número de indivíduos de todas as idades.

A temperatura da água neste local pelo início de Dezembro situava-se em 14,5ºC.

A peculiaridade desta população é que vive em águas pouco duras e ligeiramente ácidas ( pH 6,5 a 6,8 ), enquanto nos restantes ecossistemas o pH varia entre 7,6 e 7,9. Esse facto deve ser tido em consideração no cativeiro em relação a peixes provenientes das diferentes áreas.

Outra localização de referência é no Estado de Jalisco em Orandino, ( 19º57’26’’ N / 102º19’36’’ W ), uma pequena barragem de águas transparentes com 26.740 m2 construída junto a uma nascente e na qual a profundidade máxima atinge 1.4 metros, ( La Vega-Salazar et al., 2003 ). Nesta localização específica o futuro desta espécie é ainda optimista, apesar de estar classificado como rara e vulnerável no geral.

No início deste século havia ainda uma densidade populacional de cerca de 18 peixes por m2 em Ornandino, o que significa uma abundância de exemplares edificativa.

Neste lago vivem ainda as seguintes espécies ( J. L. Kelly et al., 2005 ) :


Allophorus robustus

Chapalichthys pardalis

Cyprinus carpio (  espécie introduzida )

Goodea atripinnis

Notropis sp.

Poecilia sphenops (  espécie introduzida )

Poeciliopsis infans

Xiphophorus helleri (  espécie introduzida )

Zoogoneticus quitzeoensis


Segundo uma das nossas fontes em referência, ( La Vega-Salazar et al., 2003 ), de 3 localizações examinadas para um estudo científico, esta espécie havia já desaparecido de duas delas. É o caso de Zacapu ( 19º42’19’’ N / 101º58’22’’ W ), outra barragem junto a uma nascente com uma área de 225.000 m2 e cerca de 4 metros de profundidade máxima, onde estavam presentes ainda em 1977, e do Rio Santiago onde estava referenciada a sua abundância em 1947 ( La Vega-Salazar et al., 2003 ).

Outras localizações específicas  descritas para esta espécie são o Lago Camecuaro, o Rio Uren e La Luz.

O habitat preferido pela espécie é bastante variado podendo ser encontradas populações a viverem em rios, riachos, nascentes e lagos sobretudo desde que encontrem algum refúgio em bancos de vegetação subaquática luxuriante próxima.

As águas naturais de proveniência da Skiffia multipunctata apresentam níveis de oxigénio dissolvido na ordem entre 6.3 a 8 ppm.

Geralmente são locais de transparência perto dos 100%, apresentando baixos níveis de nitratos ( 1.97 a 2.89 ppm ) e igualmente insignificantes de amónia.


III - Parâmetros físico-químicas


Temperatura ideal : 17ºC - 22ºC

Limite de tolerância : 9ºC e 27ºC

Limite de sobrevivência : 5ºC a 32ºC


pH ideal : 6,5 – 7,9 ( dependendo das populações )

dH ideal : 3º - 20º ( dependendo das populações )

Salinidade máxima : 1,001 a 25ºC



Proposta de manutenção desta espécie relativamente à temperatura
( sugestão mensal ) :

 

Regime térmico (1) 

Regime térmico (2)

13ºC

15ºC

15ºC

17ºC

17ºC

19ºC

19ºC

21ºC

20ºC

22ºC

21ºC

23ºC

22ºC

24ºC

23ºC

25ºC

22ºC

24ºC

21ºC

23ºC

18ºC

20ºC

15ºC

17ºC

Cada linha desta tabela corresponde a um mês diferente e as temperaturas reportam-se apenas a valores de referência para a manutenção em cativeiro respeitando, o melhor possível, as exigências térmicas conhecidas para a espécie.

O ideal ( mas impossível de simular na maioria dos aquários domésticos ) era poder proporcionar aos peixes uma certa amplitude térmica diária e semanal, tal como acontece na natureza.


Para melhor se compreender o regime térmico ideal ou simular as condições de origem desta espécie, por favor consultar os gráficos relativos a Guadalajara e San Luis Potosi na página Temperaturas anuais registadas em águas naturais.

Nota sobre a Skiffia multipuncatata : A hipótese da coluna da esquerda ( regime térmico inferior ) é o mais adequado para a manutenção saudável desta espécie, enquanto a coluna da direita ( talvez mais exequível em ambiente doméstico ) se aplica àqueles casos em que tal não é possível.


IV - Biologia e ecologia sumária


Esta espécie apresenta um dimorfismo sexual assinalável, com especial destaque para o facto dos machos exibirem padrões cromáticos que os individualizam.

Mesmo no seio de populações selvagens, alguns machos distinguem-se por singulares áreas do seu corpo com grandes manchas negras, alaranjadas ou até ambas.

Numa fotografia tirada por Kees de Jong é possível observar um macho melânico quase completamente negro.

Tal como noutras espécies de Goodeiídeos, o comportamento de galanteio envolve movimentos acrobáticos por parte dos machos, os quais descrevem movimentos em forma de 8, exibições do flanco e das barbatanas, como se pode observar no filme Skiffia multipunctata - Cortejo  15 segundos ( 1.154 KB ), disponibilizado na Galeria.

Os machos nascidos e criados em aquário são muito aguerridos e a sua agressividade para com outros adversários revela-se superior à observada em lagos ao ar livre.

Na secção da galeria existe um filme Skiffia multipunctata - Combate entre Machos  19 segundos ( 2.022 KB ), disponibilizado na Galeria, o qual pode dar uma ideia destes confrontos.

Sobretudo pelo seu instinto gregário e comportamento tímido, esta espécie deve ser mantida em grupos tão numerosos quanto possível de acordo com o espaço e condições disponíveis.

A forma mais indicada de conservar esta espécie é em grupos de preferência num aquário com mais de 100 litros de capacidade só para si, ou na companhia de espécies da mesma família comuns à sua distribuição geográfica, ( desde que não pertençam ao género Skiffia ), nomeadamente Allophorus robustus, Chapalichthys pardalis, Xenotoca variata, Zoogoneticus quitzeoensis e até Goodea atripinnis.

Na sua dieta não devem faltar ocasionalmente presas vivas e os alimentos de origem vegetal, podendo a mesma ser também constituída por comida artificial. É de toda a conveniência que por essa razão, também com esta espécie não sejam esquecidos os suplementos alimentares como o espinafre e as ervilhas ( descascadas ) depois de ligeiramente cozidos ou uma das habituais alternativas como os alimentos industriais destinados às espécies vegetarianas.

Nos exemplares nascidos em cativeiro não se nota qualquer relutância aos alimentos industrializado em flocos. Todas as propostas alimentares gerais feitas na secção de aquariofilia incluindo um variado menu onde para além das opções vegetais se inclua mesmo o peixe ( de mar ) ou moluscos crus e moídos.

O número médio de crias por parto ronda entre as 10 e as 20, podendo ficar-se por apenas 4 ou 5 na primeira gestação.

Os recém nascidos são grandes, podendo atingir logo à nascença 10 mm, pelo que não são difíceis de criar. A respectiva dieta pode ser em parte constituída por partículas dos alimentos fornecidos aos adultos, mas é imprescindível ministrar-lhes náuplios de artémia salina e zooplâncton de dimensões convenientes ( como Brachionus calyciflorus, e Moina macrocopa ), para além de eventuais suplementos alimentares industriais próprios para crias.

Se estiverem devidamente resguardadas de stress e em condições ideais, a gestação dura entre 6 a 8 semanas, dependendo muito da temperatura ( 21ºC a 23ºC ), de terem sido submetidas a um período de Inverno a pelo menos 17ºC,  da qualidade da água, do alimento disponível e até de alguns estímulos menos estudados como a pressão atmosférica.

Em condições desfavoráveis, os partos podem ser adiados por vários meses.


V - Notas complementares


A maioria dos conservadores da Skiffia Sal e Pimenta em cativeiro defendem a opinião de que se trata de uma espécie muito sensível.

São habituais os relatos de mortes súbitas e sem aviso, de tempos a tempos, sem que haja qualquer indício ou sintoma evidente que o possa justificar.

Exemplares com um comportamento perfeitamente normal e sem precedentes ou manifestos problemas de saúde aparecem mortos no dia seguinte sem explicação lógica ou óbvia.

Ao que foi possível apurar em aquário, mudanças quase diárias de água numa proporção de cerca de 20% a 50% parecem atenuar ou acabar com estes trágicos acontecimentos.

Estas mudanças de água devem ser feitas tendo em consideração a menor diferença de temperatura praticável e uma boa qualidade da mesma, nomeadamente a ausência de coloro e de outros contaminantes como os vestígios de metal deixados pelas canalizações. O uso de água da torneira nestas mudanças muito frequentes revela-se por vezes mais prejudicial do que benéfico, uma vez que podemos estar a causar o envenenamento dos peixes com os purificantes e os vestígios contaminadores anteriormente referidos.

O tipo de água utilizado parece ser a diferença entre os óbitos frequentes e uma população estável e saudável.

A utilização da água canalizada fornecida para uso doméstico parece favorecer alguma mortalidade quando apresenta menor pureza. Por essa razão, vários aquariofilistas confirmam que a simples mudança para uma água de nascente ou de outra fonte natural tem como consequência evidentes progressos em relação ao fim das mortes súbitas e inexplicáveis à luz da evidência.

Outra situação a acautelar é nunca juntar no mesmo espaço espécies diferentes do género Skiffia.

O famoso híbrido “ Black Beauty “ é um peixe muito apreciado na aquariofilia que resultou do cruzamento ocorrido entre as espécies Skiffia multipunctata e Skiffia francesae. Trata-se de um híbrido fértil que devemos por todos os meios ao nosso alcance manter afastado das duas espécies que lhe deram origem.

As acima referidas diferenças observadas por vários aquariofilistas entre os peixes criados ao ar livre e os animais nascidos e criados apenas em aquário, confirmam as conclusões do artigo “ The influence of rearing experience on the behaviour of an endangered Mexican fish, Skiffia multipunctata “, onde somos confrontados com realidades que nem os mais bem intencionados aficionados que criam espécies em perigo estão habituados a prever.

Este estudo propôs-se examinar a influência das condições induzidas pelo cativeiro no comportamento desta espécie, nomeadamente em relação às alterações discrimináveis em termos de rituais de cortejo, agressividade, atrevimento, coragem e forma de alimentação; usando como termo de comparação animais criados ao ar livre e animais criados em aquário.

Os peixes criados e mantidos em laboratório evidenciaram uma notória preponderância para exibirem níveis mais elevados em todos estes comportamentos e de demonstrarem maior curiosidade perante a presença de um elemento estranho no aquário, nomeadamente um eventual predador ( Kelley, J. L. et al., 2005 ).

Estas conclusões fazem querer que o ambiente em aquário é propício ao desenvolvimento de tendências comportamentais que prejudicariam ou seriam fatais para a sobrevivência de animais re-introduzidos na natureza ( Kelley, J. L. et al., 2005 ).


VI - Ameaças, medidas de protecção e situação actual


As quarto espécies do género Skiffia estão actualmente sob prenúncio de um qualquer nível de ameaça de extinção na natureza.

A redução da sua distribuição geográfica ronda pelo menos os 50% em relação ao habitat histórico referenciado num passado não muito distante em trabalhos científicos.

Todas estas espécies demonstram ter uma grande susceptibilidade a alterações ambientais e degradação da qualidade da água. Ainda assim a Skiffia bilineata revelou ser a espécie mais resistente a menores níveis de oxigénio dissolvido na água, à turvação, à eutrofização e aos níveis de nitratos.

A pressão humana sobre os seus ecossistemas naturais tem-se revelado drástica para a sobrevivência destas espécies.

A poluição das águas e a eutrofização aceleradas são duas das principais causas de extinção das populações selvagens.

A seca e drásticas alterações do meio ambiente original provocadas pelas actividades humanas aliadas ao baixo valor como peixes de consumo humano tem-se revelado fatais.

Muitas destas espécies passam ao lado das preocupações de conservação da biodiversidade por parte das autoridades e das populações devido ao seu reduzido valor económico.

O seu reduzido tamanho e coloração pouco exuberante da maioria das Skiffias faz com que sejam ignoradas pela generalidade das pessoas.

São cada vez mais os trabalhos científicos dedicados aos membros da família Goodeidae em parte devido ao interesse que recentemente têm vindo a conquistar na aquariofilia.

As espécies Skiffia lermae e Skiffia bileneata são as que apresentam ainda actualmente maior área de distribuição geográfica.

A Skiffia multipunctata está cada vez mais confinada aos derradeiros últimos refúgios naturais.

A Skiffia francesae foi considerada extinta na natureza pela U.I.C.N. Todas as populações que existem em cativeiro na aquariofilia ou em algumas instituições e jardins zoológicos, derivam todas de uma só localização geográfica original... Teuchtitlán. Acredita-se no nosso passatempo que estes peixes descendam dos que foram originalmente trazidos da natureza pelo Dr. R. Miller em 1976 ( Langhammer, 1995 ).

Para esclarecimento de dúvidas e mais informações consulte-se Cyprinodontiformes vivíparos e ovovivíparos no Livro Vermelho de Espécies Ameaçadas da UICN.



Outros tópicos sobre esta espécies para consulta :


Bibliografia :


De la Vega-Salazar M.Y., Avila-Luna E., Macías García C., 2003. Ecological evaluation of local extinction : the case of two genera of endemic Mexican fish, Zoogoneticus and Skiffia

Biodiversity and Conservation 12, pp. 2043–2056.


Kelley J. L., Magurran A. E., Macías Garcia C., 2004. The influence of rearing experience on the behaviour of an endangered mexican fish, Skiffia multipunctata.

Biological Conservation Vol. 122, no. 2, ( Mar 2005 ), pp. 223-230.


Langhammer J.K., 1995. Skiffia francesae : A fish on the edge of tomorrow. Can we save it ? 

Aquatic Survival: Bulletin of the Aquatic Conservation Network 4: Dec 1995.

http://www.peter.unmack.net/acn/as/4/vol4no4.html


Teruya Uyeno
, Robert Rush Miller, John Michael Fitzsimons, 1983. Karyology of the Cyprinodontoid Fishes of the Mexican Family Goodeidae.

Copeia, Vol. 1983, No. 2, ( May, 1983 ), pp. 497-510.



Agradece-se profundamente aos nossos leitores que possuam dados e informações complementares ou que encontrem neste documento eventuais correcções, o favor de nos contactarem nesse sentido.



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