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I
- Morfologia sumária ( caracterizações merísticas )
Comprimento total absoluto
Macho adulto : 16.0 a 121.8 mm
Fêmea adulta : 56.9 a 149.9 mm
Raios da barbatana dorsal : / 10 ( 17 )
Raios da barbatana caudal : / 26 ( 28 )
Escamas na linha lateral : 25 ( 30 )
Relação cabeça / comprimento total ( macho ) : 0,16 / 0,17
Relação cabeça / comprimento total ( fêmea ) : 0,18 / 0,20
II - Habitat e distribuição geográfica
As populações selvagens da
Molinésia-de-Vela-Estreita encontram-se distribuídas desde o litoral
Atlântico dos Estados Unidos da América ( bacia hidrográfica de Cape Fear,
Estado da Carolina do Norte ), até à Região de Veracruz, no México,
particularmente nas bacias hidrográficas que desaguam no Oceano Atlântico.
Esta espécie encontra-se sobretudo em regiões de clima temperado e
subtropical.
Analisando climatologicamente um pouco duas áreas distintas da sua origem
vamos considerar para o efeito apenas o extremo Norte, no Estado da Carolina
do Norte e o extremo Sul no Estado de Vera Cruz, México, como áreas de
referência.
Na Carolina do Norte em geral as condições atmosféricas são típicas dos
climas subtropicais húmidos, ainda que de todo o território apenas nos
interesse apenas a área do litoral.
Os Invernos são curtos e temperados e os Verões são em geral quentes, embora
a temperatura do ar raramente ultrapasse os 38ºC.
A temperatura média anual ronda os 16.9ºC.
Em Janeiro, na região litoral as temperaturas médias rondam os 9ºC, com
valores mínimos na ordem dos -2ºC e máximos de cerca de 21ºC.
Em Julho as temperaturas médias rondam os 27ºC, com mínimas de 19ºC e
máximas na ordem dos 37ºC.
A pluviosidade anual na orla costeira situa-se entre 1.120 mm e 1.420 mm.
Sobretudo no Verão a atmosfera reage com o sistema de altas pressões das
Bermudas, situado no Oceano Atlântico, o que provoca a movimentação de ar
húmido e quente para a região da Carolina do Norte.
A temperatura da água no Rio Cape Fear varia entre os extremos de 5.3ºC e
31.9ºC, situando-se as médias anuais entre os 16.9ºC e os 19.8ºC.
É necessário ter em atenção que a população local de Poecilia latipinna
raramente se deve submeter às temperaturas mais baixas, pois sendo um peixe
extremamente tolerante à salinidade ( espécie eurialina ), pelo que é
natural os peixes se deslocarem até ao mar ou à foz dos rios, encontrando
dessa forma águas com temperaturas superiores à dos rios no período mais
frio do ano.
A Sul, na região da cidade de Vera Cruz, por exemplo, a temperatura média do
ar varia entre sensivelmente 20ºC em Janeiro e os 27ºC em Junho. Ainda assim
as temperaturas médias não nos podem fornecer uma imagem real do clima
local, uma vez que o mês mais quente do ano não é de facto Junho, mas sim
Abril, Maio ou Setembro, de acordo com a região em questão. As temperaturas
médias da água em muitas regiões podem ser 0.4ºC mais elevadas em Agosto do
que em Junho, por exemplo.
Em certas regiões as temperaturas mais elevadas fazem-se sentir em Abril,
pois devido à latitude é a altura do ano que o Sol se encontra mesmo a pique
e ainda não começou a época das chuvas.
Logo a seguir a pluviosidade, que começa em Maio e proporciona muitos dias
de céu nublado, acaba por “ refrescar “ um pouco o ambiente, fazendo descer
as temperaturas máximas mas em simultâneo proporcionando uma ligeira subida
das mínimas.
Também devido à estação chuvosa, Agosto ou até mesmo Setembro podem-se
revelar-se os meses em que as temperaturas máximas superam as dos restantes
meses, ( sobretudo devido à diminuição da nebulosidade e à posição do Sol ).
A espécie Poecilia latipinna encontra-se frequentemente tanto em água
doce como em água salobra ou mesmo em pleno oceano, embora prefira sem
dúvida águas ligeiramente salobras com valores inferiores a 1,007 ( 10,2 ppm
).
Os habitats mais comuns são nascentes, lagos, rios riachos, canais, zonas
pantanosas de águas salobras, ambientes de estuário ou nos ecossistemas de
mangue típicos do litoral, havendo populações que frequentam o mar pelo
menos em parte do ano e outras que habitualmente promovem pequenas migrações
sazonais que as levam a penetrar no Oceano em busca de certas condições
particulares.
Encontramos frequentemente as comunidades a viverem relativamente perto da
margem, em particular nas proximidades de densa vegetação subaquática ou
palustre, evitando aventurarem-se muito em águas abertas.
Na parte Norte da respectiva distribuição geográfica esta Molinésia partilha
os mesmo ambientes que alguns peixes de pequeno porte, como as espécies
Gambusia holbrooki, Cyprinodon variegatus, Fundulus
confluentus e Lucania parva, assumindo-se que todas estas
procuram preferencialmente os mesmos locais onde se possam refugiar dos
peixes predadores de maior porte.
Os adultos frequentam com mais assiduidade ambientes com maior
profundidades, as quais no entanto não costumam ultrapassar entre 50
centímetros e pouco mais de 1 metro.
O seu ambiente preferido caracteriza-se por águas turvas em parte do ano,
sendo muito turvas e por vezes com visibilidade quase nula, sobretudo na
época das cheias.
A química da água nestes locais caracteriza-se, entre outros parâmetros, por
apresentarem um valor de pH entre 7,5 e 8,1.
III - Parâmetros físico-químicas
Temperatura ideal :
17ºC - 27ºC
Limite de
tolerância :
entre 7ºC e 13ºC e
entre 33ºC e 35ºC ( dependendo da população )
Limite de
sobrevivência : entre 4ºC e 12ºC e entre 36ºC e 39ºC ( dependendo das
população )
pH ideal : 7 – 8.2
dH ideal : 12º - 34º
Salinidade máxima : 1,036 ( 87 ppm )
Proposta de manutenção desta espécie relativamente à temperatura :
Regime
térmico (1) |
Regime
térmico (2) |
12ºC |
16ºC |
15ºC |
18ºC |
19ºC |
22ºC |
21ºC |
24ºC |
24ºC |
25ºC |
26ºC |
26ºC |
27ºC |
28ºC |
26ºC |
27ºC
|
23ºC |
26ºC |
21ºC |
23ºC |
16ºC |
21ºC |
13ºC |
18ºC |
|
Cada
linha desta tabela corresponde a um mês diferente e as temperaturas
reportam-se apenas a valores de referência para a manutenção em
cativeiro respeitando, o melhor possível, as exigências térmicas
conhecidas para a espécie.
O
ideal ( mas impossível de simular na maioria dos aquários domésticos
) era poder proporcionar aos peixes uma certa amplitude térmica diária
e semanal, tal como acontece na natureza.
Para
melhor se compreender o regime térmico ideal ou simular as condições
de origem desta espécie, por favor consultar os gráficos relativos a
Savannah, Miami, Nova Orleães, Corpus Christi,
Tampico e Veracruz,
na página
Temperaturas anuais registadas em águas naturais.
|
IV - Biologia e ecologia sumária
Entre as populações que se encontram na
natureza existe uma certa profusão de variantes no colorido. Apresentam
ainda uma assinalável divergência ao nível da maturação dos indivíduos (
sobretudo os machos ), conforme as respectivas origens e o clima local.
Ao longo de toda a distribuição geográfica da espécie, assiste-se a uma
fenomenal diferenciação de tamanhos máximos em ambos os sexos, no estádio
adulto, não só entre populações mas mesmo no seio de algumas delas.
É no entanto entre os machos que se notam as mais evidentes discrepâncias e
esse nível.
No Estado da Florida, encontram-se nas populações selvagens machos adultos
medindo entre 16 e 103 mm, com barbatanas dorsais que variam entre 6 e 45 mm
de altura e entre 10 e 17 raios ( Snelson, F.F., Jr. 1985 ).
Os machos adultos com menos de 30 mm nem sequer apresentam as típicas
características sexuais secundárias, assemelhando-se muito a autênticas
fêmeas com gonopódio. Apenas nos machos adultos maiores do que 45 mm é
possível verificar a morfologia típica do fenotipo, comum em exemplares
vendidos nas lojas, incluindo a coloração que os diferencia das fêmeas, mas
sobretudo a famosa barbatana dorsal desenvolvida que pode chegar a mais de
40 mm de altura nos machos maiores e que justifica o nome comum da espécie (
Snelson, F.F., Jr. 1985 ).
Nas populações selvagens estudadas, as dimensões e o respectivo rácio destes
dois tipos de machos, bem como das formas intermédias, manteve-se estável,
porém a composição de cada população revelou-se em si extremamente variável.
Num extremo ficam as populações onde se registam apenas machos com dimensões
compreendidas entre os 16 e os 40 mm e nas quais nem sequer existe o tipo
morfológico identificado pelos aquariofilistas, ou seja, de barbatana dorsal
alta e com a coloração que os distingue claramente das fêmeas. Noutro
extremo ficam as populações com uma grande variedade de machos, onde estes
atingem dimensões entre os 16 e os 60 mm e onde aprecem alguns indivíduos de
características idênticas aos que se conhecem no comércio costumam ser
capturados principalmente no Verão ( nomeadamente com colorido e padrões
distintos das fêmeas além da barbatana dorsal muito desenvolvida ), (
Snelson, F.F., Jr. 1985 ).
Presume-se que na natureza, factores ambientais, genéticos e sociais
interagem de um modo complexo e ainda muito pouco conhecido, dando origem a
tais diferenças e variabilidade morfológica entre machos ( Snelson, F.F., Jr.
1985 ).
Salvo raríssimas excepções, as estirpes domésticas designadas comercialmente
como Poecilia latipinna, derivam de cruzamentos entre esta espécie e
outras Molinésias.
A Molinésia-de-Vela-Estreita caracteriza-se por ter conseguido conquistar
uma grande variedade de habitats ao longo da sua evolução, apresentando uma
considerável dispersão geográfica, valendo-se da sua grande capacidade de
ajustamento ao meio.
É possível encontrar populações perfeitamente adaptadas à vida em ambientes
de água doce e salobra, com ocasionais penetrações no oceano por parte
daquelas que detêm acesso ao mar, o que facilita a expansão natural.
Trata-se de uma espécie que demonstra uma elevada tolerância aos factores
ambientais e capacidade de aclimatação, podendo sobreviver a valores de
oxigénio dissolvido na água muito reduzidos, em particular devido à forma
dos seus lábios, o que possibilita a estes peixes a faculdade de conseguirem
aproveitar uma finíssima camada da superfície onde o nível de oxigénio é
quase sempre satisfatório.
Talvez pelas pressões ambientais e predatórias a que estão sujeitos os
animais selvagens, não é muito habitual capturarem-se machos com as
dimensões dos animais domésticos a que estamos habituados em aquário.
Sabe-se no entanto que em várias espécies, ( e esta não é excepção ), nas
populações que vivem na presença de predadores muito eficazes, os indivíduos
apresentam geralmente maiores dimensões, comparativamente com aquelas que
não coabitam com essa tensão permanente.
Machos com mais de 45 mm são também mais comuns em populações menos
numerosas ou sujeitas a Invernos mais frios, durante os quais a respectiva
maturidade é atrasada, mantendo por essa razão o respectivo crescimento.
Devido à sua distribuição geográfica relativamente ampla, encontraram-se
mesmo diferenças interessantes em termos biológicos.
A selecção sexual desempenha neste âmbito um papel preponderante.
É notória a preferência das fêmeas por machos que exibam a barbatana dorsal
mais alta, e coloração mais atraente.
O problema reside no facto dos machos mais coloridos serem também mais
facilmente vistos e capturados pelos predadores.
O facto de uma fêmea se deixar cortejar por um macho demasiado fora dos
padrões mais harmoniosos com o ambiente que os rodeia, pode inclusivamente
colocar também a sua própria vida em risco, dado que passam os dois a
constituir um alvo fácil para os predadores.
De toda a forma, o sucesso no acasalamento por parte dos machos não depende
exclusivamente da sua fisionomia estar mais ou menos de acordo com as
preferências do sexo oposto.
Em populações naturais, as fêmeas geralmente ultrapassam os machos em número
de indivíduos, no entanto entre as crias existe um certo equilíbrio entre os
sexos, como se pode observar em cativeiro onde as baixas provocadas por
predadores são insignificantes ou mesmo nulas.
Na natureza estes peixes são omnívoros mas com marcada tendência para serem
primariamente vegetarianos, alimentando-se sobretudo bastante matéria
vegetal variada ( nomeadamente detritos vegetais e algas filamentosas ou
unicelulares ) e ocasionalmente de quase todos os organismos vivos de
dimensões convenientes, nomeadamente zoobentos, zooplâncton, invertebrados
aquáticos, crustáceos aquáticos, insectos e suas larvas, incluindo larvas de
mosquito que consigam encontrar no seu ambiente.
Uma alimentação usual em cativeiro não apresenta problemas.
A Poecilia latipinna tolera muito bem alimentos industriais secos (
flocos ), frescos ou congelados, com especial atenção para uma dieta rica em
matéria vegetal e dá resultados espectaculares quando recebe também
alimentos vivos.
Uma dieta adequada corresponde às dos outros ovovivíparos mais comuns, sem
especiais cuidados a assinalar para além da preferência por componentes
vegetais.
Para além de alimentos liofilizados em flocos, recomenda-se vivamente
artémia salina, larvas de mosquito, tubifex, dáfnias, todos estes vivos ou
congelados.
Como complemento aceitam bem a carne moída de moluscos ou da maior parte do
peixe de mar usado na alimentação humana. Muito raramente também se pode
aproveitar a carne crua sem gordura e também moída de animais domésticos, (
vaca, porco, aves e coelho ).
Existe uma diferença assinalável em termos de crescimento e fecundidade
entre os peixes alimentados frequentemente com alimentos naturais e aqueles
que só têm acesso a alternativas artificiais.
Tal como os Poeciliídeos originários de regiões temperadas e alguns outros
de regiões subtropicais, o ciclo de reprodução desta espécie não é contínuo.
Quanto mais nos deslocamos para Norte da respectiva distribuição geográfica,
mais as populações aí residentes enfrentam temperaturas baixas durante a
estação do Inverno, o que se traduz numa interrupção das gestações durante
alguns meses, nomeadamente assim que a temperatura desce abaixo dos 14ºC a
17ºC ( conforme a população ).
Na Florida, uma zona considerada subtropical nos seus limites Sul, esta
espécie apresente duas épocas distintas de reprodução, uma compreendida
entre Abril e Junho e uma outra entre Agosto e Outubro.
Alguns machos nascidos no mês de Abril podem estar aptos a reproduzirem-se
no final da segunda estação em Setembro ou Outubro. Esses ficam sem dúvida
menores e menos atraentes do que os restantes que atingem a maturidade
apenas na Primavera seguinte, entre os 11 e os 13 meses de idade pois, como
todos os Poecilídeos em geral os machos param de crescer de forma óbvia
quando atingem a maturidade sexual.
Nas regiões subtropicais do México, nos limites a Sul da distribuição
geográfica da espécie, a reprodução pode-se tornar contínua.
A temperatura ideal para a gestação situa-se entre os 20ºC e os 26ºC.
A fêmea de Poecilia latipinna apresenta um período entre partos que
varia normalmente entre 21 e os 68 dias. Esta duração está intimamente
relacionada com a temperatura, com o foto período, com a salinidade e com a
alimentação.
Se por outro lado, a temperaturas elevadas a gestações tendem a ser mais
curtas, atingindo os 28 dias a 29ºC, acima desse valor nota-se de novo um
aumento da duração. A temperaturas acima dos 32ºC regista-se um acréscimo
das complicações de saúde para as futuras mães e aumenta tendencialmente a
mortalidade entre os embriões ou recém-nascidos.
Em experiências laboratoriais, a diferença entre a duração das gestações em
água doce e a diferentes salinidades ( embora se mantivessem todos os outros
factores ), chegou aos 4 dias ( Kumaraguru Vasagam et al., 2005 ).
A salinidade demonstrou ainda ter uma relação íntima com o sucesso na
reprodução e até com o tamanho dos recém-nascidos ou com o crescimento das
crias.
De facto, segundo a experiência anteriormente mencionada, o maior número de
nascimentos aconteceu a 25% de salinidade ( 1,018 ), enquanto os menores se
deram tanto em água doce como em água do mar 35% de salinidade ( 1,026 ).
De acordo com o mesmo estudo, as taxas de crescimento entre as crias
observaram-se a 10% de salinidade ( 1,007 ), ( Kumaraguru Vasagam et al.,
2005 ).
O intervalo entre os primeiros partos ou em condições inapropriadas para as
fêmeas podem-se tornar irregulares e durarem entre os 90 dias ou mais.
As fêmeas plenamente desenvolvidas podem gerar até cerca de 200 crias por
parto.
Em cativeiro, o canibalismo de recém-nascidos é pouco frequente, apenas
ocorrendo em aquários demasiado pequenos e quando os adultos se encontram
submetidos a uma dieta demasiado pobre ou quando passam frequentemente por
períodos de carência de alimento.
A fertilização ocorre geralmente até cerca de uma semana após um parto.
As fêmeas sujeitas a angústia ou colocadas em gaiolas do tipo “ maternidade
“ poderão recusar-se a dar à luz por períodos longos. Independentemente da
duração da gestação nessas condições em particular é comum uma parte
considerável de crias daí resultantes nascerem mortas ou com problemas
graves.
Uma cópula com sucesso pode dar origem até 8 gestações, dado que as fêmeas
podem conservar no seu corpo esperma viável por um período que, nesta
espécie em particular, pode chegar quase aos 2 anos.
A alimentação das crias segue os parâmetros habituais dos ovovivíparos da
subfamília Poeciliinae. Os recém-nascidos são razoavelmente grandes ( entre
9 e 12 mm ), aceitando de imediato pequenas presas vivias como os
invertebrados aquáticos de tamanho adequado ou qualquer dos vulgares tipos
de alimento artificial usado nessas circunstâncias.
V - Notas complementares
Esta
espécie pode representar alguns sustos ao nível comportamental em cativeiro,
nomeadamente devido à agressividade entre indivíduos machos em aquários
demasiado limitados para as respectivas necessidades de espaço, podendo
contudo ser incluída em qualquer aquário misto pois não revela habitualmente
qualquer tipo de perigo para as restantes.
As
disputas entre machos, já por não muito habituais, são inofensivas para
os restantes habitantes no mesmo aquário e raramente trazem
consequências físicas para os próprios antagonistas.
A
manutenção ao ar livre e de preferência em água salobra parece fazer a
diferença não só em relação à saúde geral dos indivíduos mas
fundamentalmente no que diz respeito ao seu desenvolvimento e por vezes
às dimensões atingidas pela barbatana dorsal dos machos.
No
seu habitat natural os indivíduos de todas as idades servem de alimento
a inúmeros predadores, destacando-se as larvas dos insectos aquáticos (
atacam as crias e jovens ), outros peixes, répteis, anfíbios, mamíferos
e aves aquáticas. Por essa razão a Molinésia-de-Vela-Estreita prospera
muito melhor em água paradas organicamente enriquecidas ( eutróficas ),
onde exista abundante vegetação onde se esconder e geralmente poucos
peixes adaptados a este tipo de ambiente que possam causar competição.
Uma vez que esta espécie tolera níveis de oxigénio dissolvido na água
muito baixos, pode revelar-se um óptimo sistema vivo na monitorização de
poluentes e contaminantes na água.
VI - Ameaças, medidas de protecção e
situação actual
As populações selvagens das espécies do género
Poecilia latipinna, devido à sua vasta dispersão geográfica, sofrem as
consequências da pressão humana sobre o ambiente apenas nalgumas das regiões
habitadas nomeadamente nos Estados Unidos da América.
A falta de dados sobre e evolução recente das populações da Carolina do
Norte, por exemplo, impedem-nos de termos uma noção sobre o seu futuro.
Uma vez que a Molinésia-de-Vela-Estreita, sobretudo na parte mais
setentrional da respectiva distribuição geográfica, muitas vezes se encontra
restrita a lagos, charcos, lagoas e outros ambientes lênticos de água
salobra numa estreita faixa do litoral, o assoreamento destes ambientes
contribuirá para o seu desaparecimento por perda de habitat naquelas
regiões.
Dado que se trata de uma espécie com uma vasta disseminação territorial não
se prevê que no futuro mais próximo sofra ameaças comprometedoras de
sobrevivência, ainda que em casos pontuais algumas populações estejam sob
forte pressão e em riscos de vária ordem.
Uma das maiores ameaças será sem dúvida a libertação de híbridos
provenientes da aquariofilia em regiões onde esta espécie ocorre
naturalmente.
Para esclarecimento de dúvidas e mais informações consulte-se
Cyprinodontiformes vivíparos e ovovivíparos no Livro
Vermelho de Espécies Ameaçadas da UICN.
Outros tópicos sobre esta espécies para
consulta :
Bibliografia ( literatura citada ) :
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Outros artigos de interesse :
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Geographical variation of genetic and phenotypic traits in the Mexican
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