Cyprinodontiformes vivíparos e ovovivíparos

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Ameca splendens  Miller e Fitzsimmons, 1971


Ameca splendens
Gartner, 1981


Ameca [ Português ]

Mexalpique Mariposa [ Español ]

Butterfly Splitfin [ English ]

Butterfly Goodeid [ English ]


Distribuição geográfica :

México ( Rio Teuchitlan e Rio Ameca, Estado de Jalisco ).


Introduções : 

Estados Unidos da América.

Uso de imagens :

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I - Morfologia sumária ( caracterizações merísticas )
 


Comprimento total absoluto

Macho adulto : 67 a 85  mm

Fêmea adulta : 95 a 119 mm


Raios da barbatana dorsal : / 13 ( 14 )

Raios da barbatana caudal : / 20 ( 22 )

Escamas na linha lateral : 36 ( 38 )

Relação cabeça / comprimento total ( macho ) : 0,25

Relação cabeça / comprimento total ( fêmea ) : 0,23


Estão disponíveis para consulta mais imagens sobre esta espécie na galeria de imagens.


II - Habitat e distribuição geográfica


A Ameca splendens é endémica de uma bacia hidrográfica do México oriental situada em antigos territórios da antiga civilização Azteca.

Na altura da sua descoberta a espécie já se encontrava confinada a apenas alguns fragmentos daquela que se supõe ter sido a distribuição geográfica original no sistema hidrográfico do rio Ameca, nomeadamente a cerca de 10 quilómetros a Este da cidade que herdou o nome do rio.

Uma outra localização típica é o rio Teuchitlán, mais precisamente perto da localidade com a mesma designação.

Ameca significa corrente de água ou rio na língua náhuatl. 

A sede do município encontra-se a cerca de 1.235 metros de altitude.

O clima local é considerado semi-seco, caracterizando-se por Outono e Inverno moderados sem chuva. A pluviosidade maior tem lugar entre Junho e Setembro.

A temperatura média anual é de 21.3 ºC, atingindo a precipitação valores anuais próximos dos 864 milímetros. Ainda assim o número médio de dias com temperaturas negativas é de 10.9 por ano.

O rio Ameca recebe a Norte os tributários El Cajón, Los Llanitos, La Barranca, La Arena, El Carrizo, Las Bolas, entre outros, enquanto que de Sul recebe as águas dos tributários El Magistral, Arroyo Grande, El Zoquite, El Palmarejo, El Alamo, Las Canoas e de algumas correntes de água menores.

Actualmente estão construídas quatro represas; a San Ignacio, a La Vega, a Los Pocitos e a Texcalame.

Teuchitlán deriva das palavras Teotzitlán o Teutzitlán que significam “ lugar sagrado ”, “ lugar do Deus Tenoch ” ou “ lugar dedicado ao Deus reverenciado ”.

Dada a proximidade confinante como o município de Ameca, o tipo de clima é o mesmo.

A temperatura média anual é de 21ºC, mas a precipitação média anual chega aos 1.008 mm e o número de dias com temperaturas negativas ronda os 9.8 por ano.

O rio Teuchitlán pertence à bacia hidrográfica do Pacífico e à sub-bacia hidrográfica do rio Ameca. O seu principal tributário é o rio Salado e os riachos Chapulimita, Los Otates e El Agüilote. Este rio também foi represado, nomeadamente através das represas La Vega e La Lobera.

O ambiente natural de origem da Ameca splendens é do tipo lótico.

Possuía originalmente águas límpidas e correntes variáveis, onde grupos consideráveis de peixes desta esta espécie procuravam refúgio sobretudo em zonas de remanso entre molhos dispersos de Ceratophyllum spp e Eichhornia spp.

A temperatura das águas do rio variam geralmente entre os 13ºC e os 29ºC, podendo estes valores serem ligeiramente ultrapassados em função de condições meteorológicas adversas.

O fundo habitualmente é arenoso mas existem muitas pedras e é possível encontrarem-se afloramentos rochosos que irrompem até à superfície.

Existem relatos confirmados da sua introdução nos Estados Unidos da América, ( rio Colorado - Estado do Nevada ), onde é possível encontrarem-se populações estabelecidas resultantes de prováveis libertações de peixes de aquário anteriores a 1981 ( http://nas.er.usgs.gov/ ).


III - Parâmetros físico-químicas


Temperatura ideal : 20ºC - 29ºC

Limite de tolerância : 10ºC - 32ºC

Limite de sobrevivência : 7ºC - 35ºC

pH ideal : 6.7 - 7.8

dH ideal : 3º - 15º

Salinidade máxima : 10004 ( 1,6 ppm )

Proposta de manutenção desta espécie relativamente à temperatura :


Regime térmico (1) 

Regime térmico (2)

14ºC

16ºC

15ºC

17ºC

17ºC

20ºC

20ºC

23ºC

22ºC

24ºC

24ºC

25ºC

25ºC

26ºC

26ºC

28ºC

25ºC

26ºC

23ºC

25ºC

19ºC

22ºC

17ºC

19ºC

Cada linha desta tabela corresponde a um mês diferente e as temperaturas reportam-se apenas a valores de referência para a manutenção em cativeiro respeitando, o melhor possível, as exigências térmicas conhecidas para a espécie.

O ideal ( mas impossível de simular na maioria dos aquários domésticos ) era poder proporcionar aos peixes uma certa amplitude térmica diária e semanal, tal como acontece na natureza.


Para melhor se compreender o regime térmico ideal ou simular as condições de origem desta espécie, por favor consultar o gráfico relativo a Guadalajara na página Temperaturas anuais registadas em águas naturais.


IV - Biologia e ecologia sumária


Esta espécie é moderadamente vegetariana, alimentando-se com muita frequência de algas ou da vegetação submersa, para além de invertebrados aquáticos.

A sua tendência por águas movimentadas é comprovada em cativeiro. O comportamento da Ameca perante alguma agitação da água é de visível felicidade, revelando-se um peixe anatomicamente bem preparado para nadar contra correntes.

Como a maioria dos Goodeiídeos esta espécie beneficia com amplitudes térmicas diárias na ordem dos 5ºC ou 6ºC. Um arrefecimento nocturno parece de facto produzir muito bons resultados na saúde e no bem estar das Amecas.

Um período sazonal de algum frio revela-se vital para a sua fecundidade, embora os animais que passam o Inverno a temperaturas menos elevadas apresentam um considerável abrandamento no crescimento, quando comparados com outros que são mantidos a temperaturas mais elevadas.

Se forem respeitados os requisitos da espécie e os peixes forma mantidos no mês mais frio de Inverno a pelo menos 16ºC ou 17ºC é possível observarem-se comportamentos extraordinários assim que a temperatura atinja os 20ºC.

Os machos formam territórios e os que se conseguem impor guardam ciosamente pequenas depressões escavadas no terreno onde fazem a corte às fêmeas que por ali passam.

Os frequentes confrontos habitualmente não causam danos visíveis aos beligerantes.

Ao fim de pouco tempo é possível descobrir o macho dominante pela coloração que exibe e pelo poder que exerce sobre todos os restantes elementos que compõem o grupo.

Tratando-se de uma espécie que está estabelecida em cativeiro deste o início da década de 1970, pelo que actualmente são muito mais tolerantes às condições ligeiramente diferentes das sua origens criadas em cativeiro.

Infelizmente são cada vez mais vulgares as formas domésticas, as quais se diferenciam do tipo selvagem original, nomeadamente ao nível do colorido.

Especialmente os machos mais idosos desenvolvem uma considerável curvatura no dorso.

É interessante constatar que por vezes são as fêmeas que tomam a iniciativa de cortejar os machos. Elas colocam-se em frente do seu eleito e começam a estremecer. Em resultado desse convite o respectivo parceiro coloca-se ao seu lado e consuma a cópula.

As Amecas atingem a maturidade sexual por volta dos 3 ou 4 meses de idade em condições óptimas, embora as fêmeas apenas entrem em gestação só a partir dos 5 meses de idade.

Ao contrário dos Poeciliineos, os Goodeiíneos não têm a capacidade de preservar o esperma, pelo que após cada parto as fêmeas têm que ser fertilizadas de novo.

O número médio de crias ronda entre as 20 e as 25, podendo ficar-se por apenas 2 ou 3 na primeira gestação e ultrapassar as 30 em fêmeas maiores mantidas sob condições excepcionalmente favoráveis.

A gestação dura entre 55  e 65 dias, dependendo da temperatura, da qualidade da água, do alimento disponível e até da concentração de exemplares. 

Em condições desfavoráveis, a gravidez pode ser mantida durante meses.

Os partos podem ser demorados levando algumas crias várias horas a serem libertadas.

No final da época reprodutiva, quando as temperaturas descem abaixo dos 18ºC algumas fêmeas libertam prematuramente os seus embriões. Estes abortos espontâneos raramente permitem a sobrevivência das crias expulsas pois as mesmas ainda não se encontram totalmente desenvolvidas.

Após o parto algumas mães recentes apresentam o ventre tão mirrado que podem levar-nos a pensar que estão doentes ou que não vão sobreviver. Raramente acontece mas por vezes algumas podem mesmo neste período sofrerem de uma deformação da coluna.

Com uma alimentação correcta e algum repouso em poucos dias começa uma espantosa recuperação por parte de todas as parturientes.

As Amecas não costumam perseguir as suas crias. Os recém nascidos podem medir 20 mm logo à nascença. 

Alguns são perseguidos até atingirem a superfície pela primeira vez e encherem a respectiva bexiga natatória, depois perdem o interesse por parte dos potenciais canibais. 

Se o aquário possuir vegetação nem chegam a serem molestados nessa fase crítica.

Em aquário a alimentação dos alevins pode ser feita com sucesso através de plâncton, mas alguns alimentos artificiais e partículas dos alimentos fornecidos aos adultos também são bem aceites pois já nascem muito desenvolvidos.

Os adultos em cativeiro adaptam-se perfeitamente às propostas alimentares gerais feitas na secção de aquariofilia aceitando, para além de um variado menu de opções vegetais, artémia salina e outros alimentos naturais congelados, peixe ou os moluscos crus e moídos assim como alimentos industrializados, ( nomeadamente contendo um componente vegetal à base de spirulina ou outro ).

A Ameca splendens revelou-se uma espécie robusta e resistente à maioria das doenças mais frequentes.

É uma óptima opção no combate à proliferação descontrolada da maioria das espécies de algas consideradas nocivas, desde que a temperatura seja superior a 22ºC e que não existam alternativas, como as lentilhas de água ( Lemna spp ), por exemplo.

Algumas plantas submersas não originárias do seu ecossistema que são ignoradas pelos outros peixes, como o Musgo de Java ( Vesicularia dubyana ), podem subitamente tornarem-se uma iguaria apreciada e serem alvo de um consumo desenfreado.

Aparentemente, certas plantas só são consumidas dentro de uma determinada gama de temperaturas, fora dela são deixadas em paz.


V - Notas complementares


Embora sejam animais gregários que na natureza vivem em grupos numerosos, tanto machos como fêmeas entram em frequentes disputas entre si sobretudo no início da época de reprodução. Aliado aos seus hábitos territoriais sazonais, por serem excelentes nadadores e necessitarem de alguma corrente é desaconselhável manter os adultos em aquários com menos de 160 litros de capacidade.

Não costumam atacar outras espécies mas a sua vitalidade contribui para o " stress " de espécies menos activas.

É também desaconselhável misturar Amecas com Guppy ( Poecilia reticulata ) de variedades obtidas por selecção antrópica com cores muito vistosas, pois certamente as suas longas barbatanas serão alvo de ataques em pouco tempo.

Sempre que possível convém providenciar alguma corrente e efectuar trocas parciais de água todas as semanas.

O respectivo aquário deve estar sempre coberto.


VI - Ameaças, medidas de protecção e situação actual


Algumas situações comuns de alteração do habitat contribuíram para a exterminação das populações selvagens. Destacam-se a desflorestação, a extracção de água para consumo humano, a agricultura, a contaminação dos rios com sedimentos em suspensão ou descargas de esgotos domésticos, a eutrofização e a fragmentação de habitat.

Segundo as fontes consultadas, o desaparecimento deste e de outros Goodeiídeos endémicos na região, está porém sobretudo e particularmente relacionado com a introdução de espécies exóticas para proporcionarem uma fonte de alimento às populações locais. As que mais estragos têm causado nos peixes existentes no habitat da Ameca splendens são o Peixe-Gato Americano ( Ameiurus melas ), a Tilapia ( Oreochromis spp ), e o Achigã ( Micropterus salmoides ).

Aconselhamos a consulta da página Cyprinodontiformes vivíparos e ovovivíparos no Livro Vermelho de Espécies Ameaçadas da U.I.C.N.


Outros tópicos sobre esta espécies para consulta :




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