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Poecilia ( Acanthophacelus ) wingei, uma verdadeira jóia das Caraíbas

Dr. Fred N. Poeser e Michael Kempkes - publicado neste sítio em Julho de 2006


                                 Fred Poeser

Michael Kempkes

Quando o cientista e especialista em Guppies, Dr. John Endler, descobriu um Guppy desconhecido na Venezuela em 1975, os aficcionados em todo mundo ficaram desorientados.

Basta uma superficial pesquisa na Internet ( Google > pesquisar > “ Endler’s Guppy “, por exemplo ), para descobrirmos logo como o parágrafo anterior é uma realidade.

Apesar disso o novo peixe depressa conquistou multidões e hoje são mesmo muitos os que adoram este Guppy !

Contudo, após o primeiro impacto a novidade começou a esmorecer. Seria esta pequena maravilha uma espécie nova ou seria “ apenas “ uma das muitas variedades do comum Guppy selvagem ?

Se fosse mesmo uma espécie à parte seria deveras impressionante. Desde a sua primeira descrição oficial que o Guppy, Poecilia reticulata Peters, 1859, tem sido examinado e descrito inúmeras vezes pela ciência ( a mais famosa das descrições que se seguiram à original ocorreu em 1866 como Girardinus guppyi, pelo Dr Günther, de onde herdou a designação comum “ Guppy “ ).

No entanto até agora ninguém tinha sido capaz de reunir provas suficientes para classificar alguma das variedades como espécie independente.

Se o Guppy de Endler fosse uma espécie independente essa descoberta teria sido a primeira em quase 150 anos !

A popularidade do Guppy de Endler é indubitavelmente compreensível. É tão fácil e manter e de reproduzir como o Guppy comum mas brilha como uma jóia em qualquer aquário.

Tal como o seu parente mais comum possui uma coloração variada mas toda a sua delirante gama cromática é mais metalizada e brilhante.

A variedade mais comum em cativeiro deste Guppy diferente deslumbra com a sua “ característica “ vírgula preta centrada nos flancos ou com a dupla espada visível em alguns exemplares.

É óbvio que esta pequena maravilha ainda é muito recente na aquariofilia, mas ainda assim nota-se já o aparecimento de indivíduos cada vez maiores, sendo cada vez mais trivial aparecerem machos com pelo menos três centímetros de comprimento. Há uma hipótese remota destes grandes exemplares terem perdido a " pureza " da linhagem original. 

Uma vez que se conhecem diversas variedades resultantes do cruzamento com o Guppy comum, podemos estar nesses casos em presença de animais com alguma herança genética híbrida, pois ao contrário do que às vezes se vê escrito, as duas espécies são de fácil de hibridação.

Já conseguimos obter Guppies de Endler “ amarelos “ por cruzamento com o Guppy comum daquela estirpe, e o Michael conseguiu mesmo uma variedade albina através do mesmo método.

Devido às características genéticas, a transmissão das suas cores fantásticas aos híbridos não é tão linear como esperado e os resultados destes cruzamentos não dão o mesmo resultado dos que têm lugar entre Molinésias e Xiphophorus.

Mesmo assim, a possibilidade do Guppy de Endler poder de facto ser uma nova espécie entusiasmou vários cientistas durante muitos anos. 

Foram incontáveis as expedições a Cumaná, na Venezuela, o local original da descoberta destes maravilhosos peixinhos pelo Dr. Endler.

Porém, tentativa após tentativa, todas esses esforços resultariam no mesmo tipo de impasse, constatando-se que este peixe é realmente distinto sobrava uma questão por responder – divergente em que aspectos e diferente em relação a quê ?

O Guppy comum apresenta uma altíssima variabilidade, daí que cada nova população distinta descoberta represente apenas uma extensão do nosso conhecimento sobre a coloração e beleza conhecidas nesta espécie como um todo.

Como é que uma nova variedade poderia ser classificada como uma espécie distinta ?

Depois de contactar com todos os cientistas que não haviam conseguido descrever o Guppy de Endler como nova espécie, o Dr. Fred [ N. Poeser ] resolveu tentar a sua sorte.

Trabalhar numa universidade tem as sua vantagens, nomeadamente a possibilidade de aceder a várias colecções de Guppies, permitindo-nos dessa forma apercebermo-nos da extensão da sua variabilidade natural.

Por incrível coincidência, no decurso desta pesquisa, apareceria uma população muito idêntica ao Guppy de Endler, porém originária de uma localização completamente diferente de Cumaná.

Tomado pelo entusiasmo o Dr. Poeser escreveu de imediato por correio electrónico ao Dr. Endler dando-lhe conhecimento da descoberta, porém a resposta haveria de se revelar desconcertante e um pouco decepcionante.

Como a amostra não era originária de Cumaná o Dr. Endler foi peremptório em afirmar que nunca se poderia tratar de um Guppy de Endler.

Porém o Dr. Fred [ Poeser ] recusou-se a abandonar o processo nesta fase e descobriu a existência de um colega Brasileiro, também envolvido no mesmo tipo de pesquisa, podendo trazer eventualmente algum alento para os seus anseios. Tudo o que procurava eram novas pistas que o fizessem entrar de novo em acção.

Bom, para abreviar uma longa história sobre o que se seguiu, do Brasil chegaria também a confirmação que nenhuma nova espécie havia sido descrita pelo colega.

Entretanto Michael [ Kempkes ] em visita à Universidade acabaria por vir a dar uma ideia absolutamente espantosa mas que raramente ocorreria a um biólogo do museu como o Dr. Fred [ N. Poser ]... se um espécimen preservado não poderia dar respostas, talvez exemplares vivos pudessem !!!

Quem sabe se analisando o comportamento dos exemplares vivos na natureza se descobrissem os tão ansiados esclarecimentos que nos levassem às diferenças entre o Guppy de Endler e o Guppy comum.

A ideia era mais do que um excelente incentivo, era simplesmente brilhante [ e extraordinária ].

Imediatamente concordámos ambos em comprar as passagens de avião para a Venezuela para irmos ao terreno darmos “ uma vista de olhos “ por nós próprios.

Era simplesmente o começo de uma fantástica aventura !

No avião, enquanto viajávamos em direcção à Venezuela surgiu-nos a ideia de não nos dirigirmos para Cumaná. Afinal tantos haviam tentado antes de nós o mesmo e todos haviam falhado nos seus intentos. Dessa forma não seriamos apenas mais dois a tentarmos repetir o insucesso anterior.

A primeira coisa que fizemos após aterrarmos na ilha de Margarita, ( depois de uma primeira inspecção sobre as potencialidades locais em termos de cerveja... ), foi estudar minuciosamente o mapa [ da Venezuela ]. Daqui resultaria a nossa decisão de sondar a região no continente mais próxima da ilha.

Havíamos já lido rumores na Internet sobre a hipotética existência de uma outra área para além de Cumaná e onde encontraríamos este minúsculo pote de ouro.

Ainda que o Dr. Endler tivesse negado tratar-se do “ seu “ Guppy, acreditámos que ele lá havia de estar à nossa espera; assemelhando-se à primeira vista ao Guppy comum mas por certo espalhado por toda aquela zona alagada que o mapa nos mostrava.

Ao chegarmos à costa da Venezuela a sorte sorriu-nos, ( após uma memorável epopeia náutica numa frágil embarcação, a qual não encobria evidentes dificuldades no motor e uma instabilidade que nos fazia temer por um naufrágio eminente ).

De facto, não só conseguimos alugar um carro por metade do preço que a “ Lonely Planet “ nos fazia crer como o mesmo até incluía um motorista ao nosso serviço !

Ainda para cúmulo, o nosso condutor - o senhor Luís Palácio - para além de extremamente simpático, como sempre viveu nesta região conhecia-a melhor do que ninguém, levou-nos a locais onde nunca os poderíamos ter alcançado apenas pelos nossos meios.

Quer acreditem ou não, uma outra virtude do Luís foi ter o dom de nos fazer chegar sempre aos locais certos.

Assim sendo, logo na primeira tentativa quando chegámos fomos conduzido a um ribeiro transparente entre duas lagoas onde avistámos milhares de pequenos peixes como se estivessem ali à espera que os apanhássemos com a rede.

Não nos custou mesmo nada a peneirar o ouro... e a encontrar à primeira tentativa o impossível... a ganhar a lotaria das lotarias... BINGO !

Tínhamos conseguido !!!

Estes imprevistos Guppies de Endler neste local atestavam como o Dr. Endler se havia enganado !

A centenas de quilómetros da mítica cidade de Cumaná, tínhamos localizado uma espécie, a qual nos parecia ( e haveríamos de provar mais tarde ) serem milhões de Guppies de Endler.

O pobre Luís não poderia nunca entender o que se estava a passar mesmo à sua frente. Dois Europeus doidos de alegria a dançarem e a gritarem como se tivessem ganho o Campeonato Mundial de Futebol, ( um Alemão e um Holandês, como é que isso seria possível ? ).

E todo este espectáculo por terem apanhado uns insignificantes e quase invisíveis peixinhos !?!

Aqueles milhões de animaizinhos banais que para ali nadavam desde sempre nas suas memórias mais profundas não tinham qualquer valor para o senhor Luís. Ainda por cima, numa região de uns 50 quilómetros de largura por 100 quilómetros de cumprimento não se apanhava na rede quase mais nada senão os ditos Guppies de Endler.

Um dos biótopos onde os autores do texto encontraram a espécie.

Em todos os ribeirinhos e cursos de águas transparentes, em todos os charcos lamacentos, em todos os canais, em todas as lagoas de águas salobras, enfim, em todo o lado excepto nas poças de água recentes provocadas pela chuva, lá estavam eles.

Levámos ainda alguns dias para compreendermos a exacta extensão da sua distribuição geográfica.

A Norte da cadeia montanhosa em cada paragem encontrávamos o nosso peixe, enquanto que em cada viagem para além das montanhas eram de imediato substituídos pelos Guppies comuns. 

Toda a região de Campoma transbordava destes peixinhos, mas assim que se atravessavam as montanhas, do outro lado, já na bacia hidrográfica do rio Orinoco... apenas aparecia o Guppy comum.

O que foi novidade para nós é que esta espécie era tão variada como o Guppy comum; não minto... é ainda mais variada do que o Guppy comum.

Encontrámos não só variantes com a famosa mancha negra do conhecido Endler, a chamada “ vírgula “, como exemplares idênticos aos Guppies comuns, completamente verdes ou completamente amarelos, ( os quais pareciam de ouro porque as suas cores são sempre muito brilhantes ou metalizadas ).

As barbatanas caudais tanto se apresentavam simples como possuíam espadas inferiores, posteriores ou mesmo duplas.

As dorsais poderiam ser coloridas ou não, os gonopódios negros ou não, enfim, encontrou-se uma infinita gama de variedades, tendo todas em comum os seus magníficos tons metalizados !

Também vimos fêmeas com “ malhas “ metalizadas no corpo, o que é muito fora do comum.

Ao fim do terceiro dia tornou-se evidente que a famosa “ vírgula “ do Enlder só era possível de encontrar em indivíduos capturados na Lagoa Campoma e na região circunvizinha, enquanto que as variedades com configurações mais comuns [ em relação o Guppy comum ] foram encontradas nos arredores da cidade de Carúpano.

Um exemplar de Poecilia wingei capturado em Campoma

Descobrimos que as populações que confinavam com os limites geográficos do Guppy comum eram mais distintas ( nomeadamente por causa da “ vírgula “ ), enquanto que as mais isoladas se aproximavam mais dos padrões da outra espécie, exibindo as marcas e padrões usuais, apenas coma diferença de serem as suas cores metalizadas e brilhantes [ do que as do Guppy ].

Este fenómeno é conhecido em biologia como “ afastamento distintivo “.

Isto acontece nos pontos onde duas populações de espécies muito próximas se encontram ou nas respectivas fronteiras da distribuição geográfica. Aí nesses ecossistemas os indivíduos tendem a assumir as maiores divergências morfológicas, enquanto nas regiões onde estão mais afastadas [ ou uma delas está ausente ] os indivíduos apresentam mais particularidades em comum a ambas.

Um Exemplar de Poecilia wingei capturado em Carúpano

Esta era sem dúvida mais uma das provas que tanto buscávamos !

Como este mecanismo só acontece entre espécies distintas, o Guppy de Campoma tinha que ser outra espécie independente.

Acabávamos de ajudar a resolver o quebra-cabeças e tínhamos dado mais um passo para resolver o dilema...

Levou-se algum tempo mas finalmente agora seria possível descrever oficialmente o “ nosso “ Guppy ( com a imprescindível colaboração do Dr. Isaäc Isbrücker da Universidade de Amesterdão ).

A designação científica da nova espécies passaria a ser Poecilia wingei Poeser, Kempkes e Isbrücker, 2005.

O nome da espécie foi escolhido em honra do Dr. Øjvind Winge, um proeminente geneticista Dinamarquês, o qual, embora tenha sido o “ pai “ da moderna tecnologia utilizada no estudo dos genes, estranhamente permanece no anonimato para a maioria das pessoas.

Foi graças ao seu trabalho pioneiro sobre genética do Guppy que ambos nós, os “ descobridores “ da nova espécie, nos inspirámos e fomos arrebatados para conhecerem melhor este magnífico peixe na natureza.

Ao fim de 146 anos o Guppy já não estaria mais sozinho na taxionomia dentro do sub-género Acanthophacelus Eigenmann, 1907.

Como acima foi escrito, a nova espécie foi encontrada em praticamente todos os biótopos na região de Campoma.

Numa localidade em particular, Águas de Moisés, demos connosco num autêntico paraíso.

Os Guppies [ Campoma ] nadavam nas águas mais transparentes que podem existir, num tranquilo ribeiro ladeado por árvores protectoras de grandes copas que providenciam copiosa sombra.

Este corpo de água é igualmente o lar de cardumes de Caracinídeos ( muito agressivos, como Michael viria a comprovar ao aproximar-se para observar mais de perto os Guppies ). Ali existem também vários grupos de Cilcídeos, nomeadamente dos géneros Crenicichla e Cichlasoma. O quadro só fica completo com os caranguejos de água doce que por lá andavam a sondar o fundo, inúmeras aves que se faziam sentir à nossa volta, pela visita de alguns répteis de passagem e até uma pequena Tarântula.

O céu azul, completamente limpo de nuvens e o adorável clima da Venezuela ajudavam a criar a sensação de paraíso que nós estávamos a viver.

Luís deixara-nos no local pela manhã para apenas regressarmos de novo à pensão apenas lá para o fim dessa mesma tarde.

Outro exemplo do tipo de ambiente encontrado na Venezuela e dos trabalho de campo dos autores deste artigo.

Tudo isto pela ciência, um trabalho duro e exigente, mas... « quem corre por gosto não cansa ».

Como se isto não fosse suficiente essa jornada acabaria por se tornar uma entre milhões.

O Michael tivera de facto desde o início a mais certeira pontaria.

Descobrimos, nomeadamente neste dia que se conseguem mesmo identificar inúmeras diferenças comportamentais entre as duas espécies.

De todas elas a conduta territorial e a corte às fêmas são as mais óbvias.

Enquanto os macho de Poecilia reticulata estão constantemente a tentarem inseminar [ todas e quaisquer ] fêmeas, ( quer estas aceitem ou não ), os de Poecilia wingei passam bastante tempo apenas com as suas fêmeas, ( o seu grupo restrito ).

Geralmente nunca se afastam muito do seu harém e podem passar longos minutos a cortejarem uma única fêmea apenas, não prescindindo da sua escolhida em favor de outras mais receptivas ou atractivas nas proximidades.

Acima de tudo, nunca foram avistados machos a tentarem “ roubar “ os favores das fêmeas, nomeadamente as que já estivessem a ser disputadas por um rival. Não se detectaram mesmo situações de competição entre machos, o que poderá explicar pelo seu elaborado e frequente ritual de cortejo.

Durante toda a jornada nunca se assistiu a um único acto de cópula furtiva, ( quando uma fêmea não se apresentava receptiva ou cooperante, o macho simplesmente parava de a cortejar dedicando-se simplesmente a outra ).

Como a sua fidelidade aos parceiros assim era também ao território.

Os diversos grupos menores de indivíduos, ocupavam apenas as respectivas porções do rio. Dessa zona um ou outro saia em curtas excursões mas, mais tarde ou mais cedo, os expedicionários acabavam sempre por regressarem às origens.

No final da tarde, fomos subitamente testemunhas de algo totalmente inesperado.

Como foi dito anteriormente, o ribeiro era também o lar de pequenos grupos de Ciclídeos, forçando os Guppies [ Campoma ] a refugiarem-se o mais possível nas zonas rasas das margens, enquanto as espécies suas predadoras ( que aparentemente os aguardavam em águas mais profundas para comerem algum incauto ).

Foi então que de uma forma imprevisível e extraordinária um grupo de Campomas abandonou a segurança certa das margens e se dirigiu para o largo, ignorando a presença dos Ciclídeos. O que mais nos assombrou ainda mais foi o facto de estes corajosos “ excursionistas “ terem sido completamente ignorados.

Após uma perigosa incursão pelas redonzas o grupo regressou ileso à segurança das margens.

Porque razão terão cumprido semelhante ritual ?

Como é que tão descontraidamente abandonaram um local mais seguro e se arriscaram a serem comidos ?

Porque é que os predadores não os consideraram uma refeição fácil ? ( os agressivos Caracinídeos não haviam hesitado ao atacar o próprio Michael umas horas antes, quando nesse mesmo dia entrara confiante naquelas águas... ).

Esta encantadora vivência idílica nas Caraíbas podia ser eterna, mas... não é suposto os prazeres e o divertimento durarem para sempre e ainda para mais, esta viagem estava chegar ao fim.

Infelizmente não conseguimos trazer connosco exemplares vivos representantes da maioria da espectacular diversidade encontrada, o que teria sido memorável permitir-nos apresentarmos “ novas “ variedades, ( ainda que fosse impossível conseguir abarcar todo o universo de cores e combinações ).

Por agora limitamo-nos a preservar em aquário alguns exemplares avermelhados com a original e característica “ enorme “ vírgula “ escura... mas a esperança é a última coisa a morrer.

Posteriormente [ o Dr. ] Fred [ Poeser ] ao visitar o Zoo de Antuérpia curiosamente descobriria de forma totalmente imprevista exemplares coloridos com as marcas mais vulgares do Guppy de Carúpano num aquário com a legenda “ Guppy selvagem “.

Estes belos animais que encontrámos na nossa viagem, não sendo tão espectaculares foram uma outra variedade ainda assim extremamente atraente.

Nesse momento a sua mente foi invadida por recordações da Venezuela, projectando-o para aquelas lagoas pejadas com milhões de Flamingos, com Pelicanos em voo picado e milhões a perder de conta dos exemplares de Poecilia ( Acanthophacelus ) wingei, até agora conhecido como Guppy de Endler mas podendo daqui em diante ser também reconhecido como Guppy de Campoma.

Mais um exemplo do tipo de ecossistema encontrado na Venezuela

nota do editor : Não poderia deixar passar esta oportunidade sem agradecer publicamente a autorização para a publicar e traduzir este artigo e o envio destas imagens, ao prezado Dr. Fred N. Poeser.

Para além de um notável cientista revelou-se uma pessoa muito amável, acessível, totalmente cooperante, e chegou mesmo a prestar-me uma preciosa ajuda, corrigindome algumas das imprecisões científicas que existiam neste sítio.

Seria injusto não louvar igualmente o excelente trabalho do co-autor deste texto, Michael Kempkes, assim como não seria próprio esquecer-me de dirigir algumas palavras de apreço ao Dr. Isaäc Isbrücker da Universidade de Amesterdão, pela imprescindível colaboração com os autores do texto na descrição desta espécie.

Para que estiver interessado no trabalho científico que resultou desta viagem aqui fica a bibliografia a consultar :


Poeser, FN, M Kempkes, and IJH Isbrücker, 2005. Description of Poecilia ( Acanthophacelus ) wingei n. sp. from the Paría Peninsula, Venezuela, including notes on Acanthophacelus Eigenmann, 1907 and other subgenera of Poecilia Bloch and Schneider, 1808 ( Teleostei, Cyprinodontiformes, Poeciliidae ).

Contributions to Zoology 74: 97–115.


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