Após algumas considerações sobre
o aquário mais
indicado, convém abordarmos, com
alguma atenção, o local de instalação do mesmo.
A ordem correcta dos procedimentos não será esta.
Fazendo referência à
proposta de 10 regras básicas para a aquariofilia sustentável
é necessário planear muito bem antes de se instalar um novo aquário.
Na regra nº1 da referida proposta pode ler-se que, antes de montarmos um
aquário, devemos ponderar bem sobre as consequências que tal acto trará.
Entre outros temas que aí são ponderados mais pormenorizadamente, nas cinco
alíneas que compõem esta regra, há duas ideias em particular a reter - a
questão da segurança e as condições de habitabilidade para os seres vivos
que aí vão permanecer.
Dado que os aquários modernos, particularmente nos países industrializados,
são apoiados por uma quantidade maior ou menor de equipamentos eléctricos,
uma das primeiras preocupações nesses casos deve ser a presença de uma
tomada de energia no local onde se pretende fazer a instalação.
A electricidade e a água não são de todo compatíveis pelo que, se
necessário, consulte-se um técnico electricista para nos assegurarmos que
serão tomadas as medidas essenciais de segurança nesse campo em particular.
Como situação ideal, todas as tomadas que servem um aquário deveriam ser
colocadas acima da linha de água, pois dessa forma evitam-se os acidentes
causados por derrames inesperados durante fugas ou durante as trocas
parciais de água.
Outra regra importante relativamente à segurança é a do peso. Quando maior
for a capacidade... maior é o pressão feita sobre o local da instalação.
Convém ter em consideração que, ( de uma forma pouco rigorosa ), cada litro
de água corresponde grosseiramente a 1 quilograma.
Se ao peso do aquário vazio adicionarmos o da água, o dos equipamentos e
sobretudo o do substrato e o da decoração, temos um cálculo muito bom sobre
o total. Ainda assim, convém adicionarmos mais uma margem de 10% como
garantia de que temos uma ideia próxima da realidade e adicionalmente uma
solidez extra.
Um aquário com 80 litros de volume pesará cerca de 95 quilos ou mais em
funcionamento.
Quanto maior for a capacidade em litros de água, maior deve ser a ponderação
sobre a própria resistência por parte do chão onde assentará o móvel de
suporte, nomeadamente no caso de apartamentos em edifícios com uma certa
idade.
Um aquário de 100 litros completo pesa mais de 150 quilos, os quais estão
muito concentrados num pequeno espaço de sensivelmente uns 35 cm2. Não
convém esquecer que para além deste peso centralizado numa pequena área,
temos que contar com a sobrecarga adicional causada pela presença de pessoas
a observarem os peixes.
A resistência e estabilidade dos soalhos de madeira suportados por vigas
mais antigos ou o chão de certos apartamentos devem ser devidamente
estudados antes da instalação, particularmente dos maiores aquários. Se
necessário consulte-se ajuda especializada.
Nestas linhas não temos tido em grande consideração o peso dos seres vivos,
pois no total o mesmo representa uma parte pouco significativa.
Como base para qualquer aquário é necessário pensarmos num móvel suficiente
estável e forte para suportar o conjunto final.
Para capacidades de água a partir dos 80 litros, convém ponderar num
mobiliário apropriado para o efeito, sobretudo obtendo garantias ( se
necessário por escrito ) de que o previsto mais um supletivo na ordem dos
20% a 25% poderá ser suportado sem esforço.
Em caso de dúvida convém mesmo adquirir como suporte para um aquário
específico, uma das muitas ofertas que existem nas lojas da especialidade.
Outra questão muitas vezes negligenciada é a perfeita horizontalidade da
base.
Muitos dos aquários antigos podiam ceder sob a pressão da água ou criarem
fugas pelo facto de não estarem devidamente equilibrados.
Para se aferir esta condição deve ser usado um nível de bolha de ar ou outro
dispositivo de confiança e fiabilidade antes de se proceder à montagem.
Todos as localizações devem ainda seguir uma regra essencial... estarem
livres de vibrações. Para além dos efeitos nefastas sobre a saúde dos seres
vivos, as vibrações provocam esforços muito elevados nos vidros e juntas,
acabando, mais tarde ou mais cedo, por darem origem a danos que na melhor
das hipóteses conduzirão a fugas de água.
Na base do aquário a melhor protecção será sempre uma placa de esferovite, (
Poliestireno Expandido ou EPS ), com a espessura suficiente para suportá-lo.
Esta opção permite obter um isolamento térmico e até compensar eventuais
ténues desnivelamentos ou casuais superfícies ligeiramente irregulares não
detectadas antes da montagem.
Actualmente já não é necessário instalarem-se os aquários perto de janelas.
Os modernos sistemas de iluminação providos com lâmpadas, especialmente
estudadas para criarem a composição certa de luz para as comunidades de
seres vivos a que se destinam, ( e muito particularmente para a
sobrevivência das plantas ), permitem a escolha de localização em
praticamente qualquer lugar, ( até mesmo numa cave subterrânea ou noutro
local sem janelas onde nunca chegue a luminosidade do exterior ).
A luz directa do Sol só deve ser tentada por especialistas em casos muito
particulares, pois além de elevar a temperatura da água cria problemas por
vezes insolúveis de crescimento de algas, entre outros.
Ao colocar o aquário num canto mais escuro de uma sala, estará
inclusivamente a beneficiar esse local em termos decorativos.
Embora seja uma peça decorativa a localização do aquário tem em primeiro
lugar que respeitar a biologia dos seres vivos que nele vão habitar.
Dessa forma ambientes sujeitos a factores como o fumo, variações bruscas de
temperatura, amplitudes térmicas elevadas, fontes de calor ou de frio
directas ( lareiras, radiadores ou saídas de ar condicionado ), cheiros
intensos, gases, agitação ao seu redor e forte ruído devem ser evitados ou
cuidadosamente tidos em consideração na altura de escolher os seres vivos
que vão habitar nesse meio. Eventualmente tentar-se-ia para o efeito minorar
o que fosse possível ou evitam-se as consequências nefastas do local
procurando-se outra localização.
O planeamento é essencial porque, para além do que foi anteriormente
escrito, depois de montado é impossível mover um aquário. Se não for pelo
peso será pelo perigo de queda ou do risco de fugas e pelo inconveniente que
a agitação causará aos seus habitantes.
A fase de projecto não pode esquecer as necessidades biológicas da
comunidade viva que está a ser ponderada.
O ideal é adequar os seres vivos às condições existentes, mas para os mais
especialistas o contrário também é verdade. Nesse último caso em particular
convém certificar-nos que as condições estão reunidas, isto é, que o local
não é demasiado quente quando queremos conservar espécies sensíveis ao
calor, por exemplo.
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