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Libertar peixes exóticos e plantas aquáticas na natureza


Adaptado a partir de um texto original em - Nonindigenous Aquatic Species ( U.S. Geological Survey )

http://nas.er.usgs.gov/taxgroup/fish/default.asp 



Libertar peixes ou plantas aquáticas na natureza é muito grave


Qualquer planta ou animal que são seja nativo de uma determinada região é considerado espécie exótica.

Praticamente todos os peixes e plantas de aquário disponíveis no nosso mercado, pertencem a espécies exóticas. Embora sendo provenientes de viveiristas, os seus antepassados derivam de populações naturais originárias nomeadamente da América Central e do Sul, de África ou do Sudeste Asiático.

Anualmente, mais de 2000 espécies, distribuídas por quase 150 milhões de exemplares de peixes de água doce e salgada, são importadas pelo mercado Norte-Americano para aquário. 

A Europa e o Japão devem provavelmente seguir pela mesma via, ainda que certamente numa proporção desigual.

A importação de potenciais organismos invasores é uma ameaça diária onde a aquariofilia é um passatempo popular.

A maior parte das possíveis espécies invasoras não resistem às baixas temperaturas do primeiro Inverno aqui na Europa, porém o seu impacto negativo nos ecossistemas locais pode perdurar anos na sequência de apenas um único Verão.



Potenciais consequências


Infelizmente, um número elevado de peixes exóticos é todos os anos libertado na natureza.

Quando mudam de residência, algumas pessoas que não têm possibilidades de transportarem os seus animais e plantas achando que libertá-los é a melhor solução. Há também quem simplesmente perdeu o interesse numa espécies ou até no próprio aquário.

Algumas espécies ultrapassam a capacidade do aquário onde foram colocadas ou estão enfermos e irrecuperáveis.

Sejam quais forem as motivações, plantas aquáticas e peixes exóticos na natureza é definitivamente uma péssima ideia.

Em Portugal, como em muitos outros países este acto é ilegal, como se pode concluir da leitura do Decreto-Lei n.º 565/99.

Há porém fortes fundamentos a nível biológico também.

Os peixes libertados na natureza entram em stress fisiológico ao confrontarem-se com o novo ambiente para o qual não estão preparados.

Estes animais recém libertados são menos imunes aos agentes patogénicos existentes no novo ambiente ou introduzem nele doenças desconhecidas.

Eles são igualmente mais facilmente capturados pelos predadores, onde se incluem os grandes peixes ictiófagos, aves aquáticas ou cobras de água e os mamíferos aquáticos. 

As introduções de exóticos são dramáticas para o ambiente.

Se as espécies exóticas sobreviverem e se reproduzirem são difíceis, senão mesmo impossíveis, de controlar ou eliminar.

Os animais e plantas introduzidos são a segunda maior ameaça para o meio ambiente, logo a seguir à destruição directa da natureza causada por actividades humanas.

Plantas aquáticas não nativas podem-se tornar rapidamente uma calamidade incontrolável. Elas podem colonizar rapidamente novos ambientes. Podem facilmente eliminar espécies locais competindo por espaço e luz. 

As espécies flutuantes, por exemplo, podem vir a reproduzir-se de tal forma que limitem a navegação, a natação e a pesca, impedindo a luz e oxigénio de atingirem a coluna de água.   

Os peixes introduzidos causam frequentemente alterações nas comunidades faunísticas estabelecidas e nas cadeias alimentares originais, através de competição, de actividade predatória, de luta pelo espaço ou comportamento agressivo.

Podem ainda tornar-se vectores de contaminação dos peixes nativos com agentes patogénicos exóticos, para os quais a fauna local não possui imunidade.

A introdução pode ainda vir a originar a híbridos que eliminem ou empobreçam geneticamente as duas populações das quais descendem. Até o simples acto de deslocar alguns indivíduos para outra bacia hidrográfica, ainda que dentro da sua área de distribuição original, pode ter consequências nefastas para a riqueza genética de toda a população.  

Nalguns raros casos, as espécies exóticas acabam por causar problemas de segurança e saúde pública devido ao perigo que representam para o homem.



Situação actual


Actualmente num total de cerca de 57 espécies peixes de água doce existentes em Portugal, 14 são introduzidas.

Em muitos países da Europa o cenário não é muito diferente.

No outro lado do Oceano Atlântico, pelo menos 185 espécies de peixes de água doce foram introduzidos nas águas naturais dos Estados Unidos. Seguramente 75 destas espécies conseguiram estabelecer-se e apresentam populações prosperantes. Mais de metade destas introduções são da responsabilidade dos detentores de aquários.

Dado que muitas das espécies aquário são originárias de regiões tropicais e equatoriais, a sua resistência reduzida ao frio não lhes permitem sobreviver em regiões temperadas.

Nos Estados unidos o problema alcançou uma dimensão mais catastrófica nos Estados mais amenos do Sul. Os exemplos mais comuns são da família dos Ciclídeos e alguns Cyprinodontiformes ovovivíparos como os Cauda-de-Espada (Xiphophorus helleri ), o Platy ( Xiphophorus maculatus ) e as Molinésias ( Poecilia sp ). O Peixe Vermelho, Carassius auratus, originário da China, é uma excepção que foi introduzido no país a partir da manutenção em aquário e lagos ornamentais.



O que é que se pode fazer para se evitarem as introduções ?


Ainda não é prática habitual possíveis acções que evitem submeter os habitantes dos aquários, ( nomeadamente os peixes ), a condições ambientais potencialmente prejudiciais para si, para além do risco de latentes consequências negativas no ecossistema se os mesmos sobreviverem na natureza.

Meramente como ponto de partida ficam registadas as seguintes possibilidades para os exemplares saudáveis que o aquário já não comporta ou, em último caso, até pelos quais se tenha perdido o interesse

Para qualquer dessas situações pode ser solução :


a) Entrega numa loja da especialidade para serem vendidos.

b) Oferta a conhecidos, aquários públicos ou jardins zoológicos ou para troca por outros peixes ambicionados.

c) Doação a uma instituição pública ou privada, nomeadamente escolas, hospitais, prisões, empresas, clubes, quartéis de bombeiros e outros locais onde existam aquários.


Se estas opções não são viáveis, ou um peixe está a agonizar, um veterinário ou biólogo podem ajudar numa eventual eutanásia, colocando-o inconsciente com uma anestesia fatal.

Em casa este método é possível, através da colocação do animal num recipiente com água dentro do frigorífico. 

Uma vez que as baixas temperaturas são um anestésico natural nos peixes tropicais, esta é considerada uma boa forma de eutanásia ainda que não funcione com todas as espécies.

Alguns estabelecimentos comerciais também poderão oferecer condições para assistir os seus clientes neste campo.

Alimentar outros peixes ictiófagos com presas vivas é também uma opção final que muitas pessoas não estão preparadas para aceitarem.

Na edição de Setembro de 1988 da " Tropical Fish Hobbyist " foi publicada uma excelente discussão sobre a questão da eutanásia em peixes de aquário. Esta revista provavelmente não será fácil de encontrar , mas não custa tentar nos locais habituais e nas lojas de animais com alguma sorte.

Sempre que se vir na circunstância de se desfazer do seu peixes, pondere no seu bem-estar e nos impactes ambientais.

Nunca liberte peixes e plantas exóticos na natureza ou mesmo em locais públicos urbanos. Nos locais aparentemente mais inofensivos e improváveis há um constante risco de dispersão para a natureza através de inúmeras formas, sem esquecer a mais que provável acção antrópica.


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